O voto n.º 100/XI (2.ª) — De solidariedade com a luta pela democracia no Egipto, apresentado pelo Bloco de Esquerda ao Plenário da Assembleia da República, em de 4 Fevereiro de 2011, foi rejeitado, com os votos contra do PS (tendo declarado a sua abstenção 4 dos seus deputad@s a saber: Vera Jardim, Jamila Madeira, Defensor Moura e Manuel Mota);do PSD e a abstenção do PP.
É esta narrativa retirada do Diário da Assembleia da República (pág. 39 a 48)que eu pretendo apresentar nos próximos posts.
Sobre esse voto pronunciaram-se os Deputados Jorge Duarte Costa (BE), Paula Santos (PCP), José Luís Ferreira (Os Verdes), Carlos Alberto Gonçalves (PSD), Nuno Magalhães (CDS-PP) e Francisco de Assis (PS).
O deputado Defensor de Moura (PS) que se absteve, protestou juntar declaração de voto, bem como os deputados António Leitão Amaro (PSD) e Eduardo Cabrita (PS).
O deputado josé Lello (PS)fez ainda uma observação de que "... seria bom referir o nome dos Srs. Deputados que se abstiveram".
Cada uma destas intervenções irá ser apresentada de forma individualizada, sendo de minha responsabilidade a formatação adoptada e a de ter expurgado o texto de formalismos e da sinalização de aplausos em causa própria. No entanto considerei os apartes e boutades identificadas e que entendi significativas: O texto original está disponível seguindo o link acima assinalado.
…. (A págs. 39)
Em primeiro lugar, vamos apreciar e votar o voto n.º 100/XI (2.ª) — De solidariedade com a luta pela democracia no Egipto (BE).
Tem a palavra, para se pronunciar sobre o voto, o Sr. Deputado Jorge Duarte Costa (BE)
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas:
O Bloco de Esquerda apresenta este voto de solidariedade para com o levantamento pacífico do povo egípcio, que decorre há mais de uma semana.
Este voto é um convite à Assembleia da República para fazer uma saudação à liberdade, a qual é fundadora da democracia portuguesa, que foi constituída pelo povo português libertado, não por qualquer potência enviada, mas pelo seu próprio protagonismo nas ruas do País. E esta lição que Portugal deu é a que os egípcios estão a dar a todos os senhores da guerra. A democracia é a conquista dos povos e da paz, a verdadeira mudança de regime é obra humana e não das máquinas de matar.
Esperamos encontrar nesta saudação a bancada do Partido Socialista. Seria triste que fosse a última a chegar ao reconhecimento da conquista da democracia pelo povo egípcio. Sabemos como lhes custa: Ben Ali, na Tunísia; Mubarak, no Egipto. Os seus partidos são irmãos do Partido Socialista na Internacional Socialista,…
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Pois é!
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — … os seus dirigentes são camaradas de quem se senta na bancada do Partido Socialista aqui, hoje.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Dói muito!
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Por isso, sabemos como vos pode custar. Mas consta que esses dirigentes e esses partidos já foram expulsos — já agora, fica a informação — da Internacional Socialista.
Que não tenham neste Parlamento os seus últimos advogados é o voto que também fazemos agora.
Só temos que reconhecer um apelo e um voto: que caia o tirano, que se cale a sua violência, que se possa viver esta democracia que já nasceu nas ruas do Cairo!
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