25 setembro, 2011

Embaixador israelita insulta Portugal (Mais uma vez)

Recebi do Comité de Solidariedade com a Palestina o comunicado de imprensa que a seguir publicarei.

No entanto chamo a vossa atenção que não é a primeira vez que Ehud Gol, Embaixador do Governo Netanyahu-Lieberman faz observações pouco próprias de um embaixador. Por isso mesmo já foi chamado, pelo menos uma vez, ao MNE. (Julho do ano passado).


E logo em Agosto, julgando que estava nos EUA onde o lobby "nacional"-sionista verga desde o Presidente a quase todos os que representam o povo no aparelho legislativo e governamental, à força do dinheiro, da imprensa e da chantagem do lobby americano-"nacional"-sionista, excede-se mais uma vez, ao censurar um cartoon publicado no DN.

Confira aqui:  Embaixador de Israel em Portugal deveria ser considerado persona non grata

Isto para além das que o Comité de Solidariedade com a Palestina denuncia e porventura de outras que nós não conhecemos.

Agora, talvez por pensar que tem campo livre graças ao nosso governo conservador "bom aluno e bem comportado" (i.e. "rendido e vendido") e às posições da maioria dos deputados do PS e dos deputados do PSD-PPD e do CDS-PP, sobre a questão do reconhecimento do Estado da Palestina - que iremos tratar à parte - volta à carga com os despropósitos e a arrogância habituais.

Mas fiquemos com o comunicado do Comité de Solidariedade com a Palestina que reproduzimos na íntegra.

COMUNICADO DE IMPRENSA

O embaixador israelita deve ser convocado ao MNE para dar explicações


O  denuncia o ultraje cometido contra o povo português pelo embaixador israelita em Lisboa, Ehud Gol, em entrevista à TVI 24 na noite de 23 de setembro. Aí afirmou Gol, nomeadamente, que os israelitas têm mais direitos sobre Jerusalém do que os portugueses têm sobre Lisboa.

Se a afirmação de Gol fosse verdadeira, ela implicaria que os direitos de soberania do Estado português sobre o seu próprio território fossem nulos. Com efeito, os "direitos" de Israel a colonizar Jerusalém Oriental e a expulsar a sua população palestiniana, não são direitos, e sim violações do direito internacional. Assim os classificam, aliás, numerosas resoluções da ONU, que há muito teriam feito de Israel um Estado-pária se não fosse a sistemática protecção que lhe dispensam várias grandes potências, com especial destaque para os EUA.

O desprezo da Embaixada israelita pela dignidade de um país anfitrião, neste caso Portugal, manifesta-se nomeadamente no check point que há vários anos tem instalado a sua porta, a interromper o trânsito num dos sentidos da R. Pinheiro Chagas. A Câmara Municipal de Lisboa deveria seguir o exemplo da municipalidade de Oslo e obrigar a embaixada israelita a mudar-se para fora da cidade, impedindo assim que os moradores do bairro se tornem escudos humanos de uma embaixada com especiais problemas de segurança. Esse desprezo da embaixada sionista manifestou-se também na grosseira repreensão que emitiu contra todos os partidos portugueses, da esquerda à direita, sem excepções, por terem permitido com votos favoráveis ou com abstenções a aprovação na Assembleia Municipal de Lisboa de uma proposta de geminação entre Gaza e Lisboa.

Em qualquer país que prezasse a sua dignidade e soberania, a provocação do embaixador Gol na TVI 24 valer-lhe-ia ser imediatamente declarado persona non grata. Em Portugal, espera-se que, no mínimo, o embaixador seja convocado ao MNE para apresentar explicações sobre o seu questionamento da soberania do Estado português.

24 de Setembro de 2011

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