16 setembro, 2011

"Europa solicita aconselhamento americano sobre a crise financeira"


Este é o título que a Stratfor, uma empresa americana de informação estratégica sobre política, economia e assuntos militares, colocou sobre a participação do Secretário do Tesouro dos EUA Tim Geithner,  numa reunião dos Ministros das Finanças da zona Euro, a realizar na Polónia, amanhã.

É interessante como a Stratfor caracteriza a presença de Geithner - vem para dar conselhos - e a forma como a UE está a gerir a sua crise económica sugerindo, na minha interpretação, que existe uma insensibilidade aos riscos e uma leveza, para não dizer irresponsabilidade, na gestão da crise, por parte da UE.
Por outro lado afirmar que os responsáveis das mais importantes agências federais, de supervisão do sistema financeiro americano são "apolíticos" só deve ser um lapso de escrita, pois que se não tivessem por política, por bandeira e por partido o Capitalismo por certo que nunca desempenhariam tais funções.

Mas aqui fica a notícia traduzida.

" O Secretário do Tesouro Tim Geithner dos EUA desloca-se à Polónia na sexta-feira para se reunir com os ministros das Finanças da zona do euro

Do conhecimento da Stratfor esta será a primeira vez que um Secretário do Tesouro americano foi convidado para uma reunião deste tipo. Distanciamento que não é nenhuma surpresa, a zona euro é uma criação política projetada para competir com o dólar dos EUA. A razão para a ruptura repentina com o precedente é igualmente óbvia: o euro está flertando ( no sentido de assumir riscos ou de não se preocupar com uma situação que possa vir a acontecer) com o fracasso absoluto, cujas consequências incluiriam no mínimo uma nova recessão. Compartilhar informações sobre a mitigação da crise faz todo o sentido para ambas as partes, os americanos e os europeus.

A presença de Geithner é particularmente útil por duas razões. Primeiro, apesar do vitríolo que é uma característica da política doméstica americana, a política monetária americana é extremamente colegial. As transições entre secretários do Tesouro são surpreendentemente suaves. Geithner trabalhou para a Reserva Federal antes de ser nomeado para o governo, e os parceiros de Geithner na gestão do sistema financeiro dos EUA - os presidentes da Reserva Federal e da Federal Deposit Insurance Corporation (uma agência federal cuja principal função é garantir os depósitos bancários) -  são tipicamente apolíticos. Assim Geithner possui  o conhecimento institucional sobre a gestão de crises econômicas dos Estados Unidos."

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