13 agosto, 2010

Embaixador de Israel em Portugal deveria ser considerado persona non grata

O Embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol, continua a comportar-se como um perfeito arruaceiro. Onde lhe falta a educação sobra a arrogância e a sobranceria bacocas.

Já por diversas vezes tem vocalizado de forma pouco cordata, pela linguagem e tom que usa e de que abusa, a desconsideração que o nosso País lhe merece.

Ontem mais uma vez surge a público, tentando desconsiderar e enxovalhar os cidadãos deste País, num "Direito de resposta" publicado no DN e que trancrevemos mais abaixo acompanhada pela resposta de um dos visados António Carrilho.

Infelizmente o DN não entendeu acompanhar tal resposta da republicação do cartoon, que  tanto enraiveceu tão  presunçosa personagem, para assim ficar mais claro a falta de razão da sua verborreia pouco lúcida.

Comparar o DN ao jornal nazi Der Stürme, é infame.

Evocar momentos negros da história de Portugal, nos quais um ditador, António Salazar, prestou homenagem a Hitler, pela sua morte. É ultrajante. Mas, estou certo, que tal evocação não deixa a maioria dos portugueses de consciência pesada, já que, mesmo os que viveram, em idade da razão, tal momento e ainda sobrevivem, para tal não foram dados nem achados.

Não há que fazer exames de consciência. Há antes que olhar para a história e aprender com os erros do passado, para que estes não se voltem a repetir. Ora neste caso, com o derrube da ditadura em 25 de Abril de 1974, Portugal tem percorrido um caminho de liberdade, de democracia e de Paz, salvo raros momentos como o do nosso envolvimento na agressão ao Iraque, que entretanto foi rectificado.

Pelo contrário Israel há muito que se perdeu no caminho traçado pelos seus precursores. Ao invés de estarem a construir um Estado "democrático e justo", estão a transformar-se num Estado etnocêntrico e religioso, baseado na opressão de um outro povo o Palestino, a quem ocuparam as terras, colonizando-as agora pelo esbulho de terras e de casas, de forma violenta, por vezes brutal. O que se verifica hoje é a existência de uma política de apartheid, que já não poupa sequer os cidadãos israelitas, e que tem por base um racismo cego e ignóbil.

Na minha visão, os seis milhões de judeus mortos no Holocausto, ombreiam com os outros, muitos mais, que nele pereceram. E há muito que não pertencem a Yad Vashem. Há muito que eles são património de toda a Humanidade.

Israel quer capturar a memória dos Justos como mero álibi para os seus desmandos, para  sobre ela,   justificar a violência, a tortura, a prisão, a perseguição, a descriminação. Sem respeito pela sua memória.

O cartoon de André Carrilho, que Sua Excelência entende por desprezível, expressa apenas a visão do seu autor, que pode não ser perfeita, mas que de alguma forma apresenta um certo equilíbrio, e em meu entendimento nada tem de anti-semitismo. 

Felizmente para André Carrilho que vive em Portugal, nos dias de hoje. Assim não tem que se preocupar com uma PIDE, uma Gestapo ou uma Shabak, que o venha buscar, sem aviso, pela calada da noite e o leve para sítio muitas vezes desconhecido, por "delito de opinião contra a segurança do Estado".

Na minha opinião, o Senhor Embaixador, apesar de lhe terem feito um briefing sobre alguns passos da História de Portugal, deveria ler pessoalmente a parte que se refere ao período da ditadura. Iria encontrar semelhanças embaraçosas no que ocorreu naquele tempo em Portugal e nas então colónias, e que ocorre hoje em Israel e Territórios Ocupados da Palestina: polícias políticas e de "segurança do Estado"; Tribunais Plenários e Tribunais Militares; tortura, prisões e campos de concentração; colonização violenta e agressiva...

Entendo que caberá ao Senhor Embaixador de Israel, apresentar dez milhões de desculpas aos Portugueses e ao mesmo tempo seis milhões de milhões de desculpas aos Justos por se servir da sua memória de forma tão despudorada e sem vergonha.

Mais entendo que caberá ao Governo de Portugal declarar o Senhor Embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol, como persona non grata.


Aqui fica o cartoon que "enraiveceu" e "repugnou" Sua Excelência o Embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol, para assim poderem avaliar o desarrazoado da sua diabrite. 



DIREITO DE RESPOSTA in Diário de Notícias de 12 de Agosto de 2010


Sr. Director, [João Marcelino]

Foi com um misto de raiva e repugnância que vi o cartoon publicado no vosso jornal no domingo, dia 1 de Agosto, com o título "Déjà-Vu Evolução das Espécies", que na sua essência nos lembra, mais do que tudo, o jornal nazi Der Stürmer publicado nos anos 30 do século passado.

Não me é claro qual o contexto e o timing para a expressão de tal ódio ao povo judeu, mas esta não é a primeira vez que o cartoonista desse jornal utiliza estereótipos para expressar a generalidade dos seus pontos de vista.

Estou ciente do facto de em Portugal não se saber o suficiente acerca dos horrores nazis. É por essa razão que os acontecimentos do passado são tratados de uma forma tão ligeira, superficial e gratuita.

Assim, presumo que nem o Sr. nem o seu cartoonista saberão que Portugal foi um dos poucos países que, após a morte de Hitler, declarou vários dias de luto nacional e colocou bandeiras a meia haste.

Talvez seja necessário fazerem um exame à consciência colectiva.

Não sei se o Sr. ou o seu cartoonista alguma vez visitaram o Memorial de Yad Vashem, em Jerusalém. Sugiro que o façam. É a oportunidade de pedirem seis milhões de vezes desculpa pelo vosso desprezível cartoon.

Ehud Gol
Embaixador de Israel

NOTA DO AUTOR:

O Sr. Embaixador de Israel, ao não se referir à substância do cartoon em questão, acaba por sublinhá-la.

A saber que as atrocidades do passado podem ser instrumentalizadas demagogicamente para justificarem abusos do presente.

Não há no cartoon nenhuma indicação de ódio ao povo Judeu (que não confundo com determinadas políticas do Estado de Israel, o verdadeiro objecto do cartoon), nem nenhuma negação dos horrores do Holocausto.

Procura-se, isso sim, reflectir sobre como a história e a sua memória molda os papéis de vítimas e de agressores, num quadro que, por muito que queira, nunca será a preto e branco.

André Carrilho

3 comentários:

AAA disse...

O embaixador de Israel representa a má consciência dos israelitas incapazes de não repetirem os horrores nazis e, mais ainda, de os repetirem perante o povo palestiniano. Não aprenderam a respeitar a dignidade mínima do outro. Constroem muros e guettos, matam pacifistas. Impunemente.

Frank Herles Matos disse...

Cartoom repugnante, autor repugante e comentário ainda mais repugnante.
Cadê tu Portugal, uma das glórias da humanidade nos séculos 13 e 15 (com uma comunidade judaíca operanante, participativa e respeitada) e um nanico entre as nações no século 21 (com um antisemitismo covardamente disfarçada de antisionismo e anti-israelismo).
Pobre de tu Portugal que ousou (e ainda hoje ousa) machucar o "vermizinho de Israel."

Unknown disse...

O comentário de Frank Herles Matos é a demonstração acabada do que é a produção do argumentário do "nacional"-sionismo.
Se tivesse lido e parado para pensar verificaria que neste blog não há réstia de anti-semitismo - somos defensores dos direitos humanos - nem de anti-israelismo - não se confunde aqui os governos criminosos de Israel com o Estado de Israel - nem de anti-sionismo - enquanto pensamento Herzliano - mas aqui sim somos anti-"nacional"-sionismo, quadro ideológico que deturpando o nacionalismo laico e democrático proposto por Herzl assume um etnocentrismo de base religiosa radical e exacerbada pelo fanatismo, racista e opressor.