31 agosto, 2010

A solução de dois-estados nas conversações de paz é a única alternativa na falta de melhor por Tobias Buck

FT.com / Middle East - Two-state solution at peace talks is only game in town

Uma análise de Tobias Buck, desde Jerusalém, para o Financial Times a ter em consideração, porque reflecte a forma utilitária de olhar para o tema, bem patente nesta frase:

"Palavras apenas - mesmo que proferidas pela ONU - não tirarão as tropas e os colonos israelitas da Cisjordânia, nem um palácio presidencial palestino em Jerusalém Oriental. Somente um acordo com Israel o poderá concretizar..."

De facto o descrédito da ONU e da justiça internacional chegou a um tal ponto que já nem se tem em conta os direitos dos povos e a justiça que lhes cabe.

Eu sei que palavras não são suficientes - apesar de tantas vezes fazerem a diferença - mas caberia aos países que defendem o Estado de direito, a democracia e a justiça dizerem basta!

Há coisas que nunca deveriam chegar à mesa de negociações. Nestes mais de sessenta anos já estiveram lá e até foram decididas. Os israelitas não podem continuar a comer a piza que era suposto negociar e sentarem-se a mesa, periodicamente, a discutir os restos, cada vez mais exíguos.

A ocupação é ilegal á luz do direito internacional e os colonatos também. As fronteiras de 1967 estão definidas e as de Jerusalém também. A questão da ligação de Gaza à Cisjordânia já está resolvida desde Oslo, Israel é que nunca cumpriu.

Que falta: A "segurança" de Israel... e dos palestinos... que seria assegurada por uma força de intreposição, com definição clara de fronteiras e da "terra de ninguém" para não existrem incidentes como tem acontecido na fronteira com o Libano por mau desempenho, em minha opinião, da FINUL. Acertos territoriais mais em benefício de Israel do que dos palestinos. Mas haverá sempre um "preço" a pagar. E a questão dos refugiados. Não tem vindo os judeus a cobrar as reparações que lhe são devidas, pelos crimes a que estiveram sujeitos. Assim se faça com os refugiados palestinos

Que falta ainda: A vontade inabalável da comunidade internacional de impor a Lei e a Ordem internacional. Começando com um programa calendarizado, firme e em crescendo. Num primeiro tempo chamando os embaixadores de forma concertada, e assim gradativamente até às sanções económicas e ao bloqueio total.

Pronto. Não gritem mais. Já acordei.

De todas as formas: a ler.

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