30 junho, 2010

Não haverá Estado Palestino antes de 2012! "Decreta" Avigdor Liberman

Avigdor Lieberman, afirmou que não haverá Estado palestino antes de 2012, ao receber ontem , em Jerusalém, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Sergei Lavrov.

Uma declaração de circunstância para "amansar" Obama e os seus aliados.

Turquia fecha espaço aéreo a avióes militares de Israel

A Turquia fechou seu espaço aéreo para aviões da Força Aérea israelita como retaliação pela morte de nove cidadãos turcos no ataque contra a frota que tentava levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, no passado dia 31.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou ontem que uma aeronave militar israelita foi proibida de sobrevoar o território turco em direcção à Europa.
O avião não teve autorização de atravessar a Turquia e foi forçado a fazer uma rota alternativa. Os aviões militares são obrigados a pedir autorização para sobrevoar outros países.


O primeiro-ministro turco confirmou que a proibição estava relacionada com o ataque contra a frota, mas não esclareceu quantos voos teriam sido proibidos até agora. As autoridades afirmaram que os voos comerciais não foram afectados.

Segundo Erdogan, as relações só serão normalizadas se o governo israelita pedir desculpas pela acção militar e aceitar uma investigação internacional.

Ancara retirou o seu embaixador de Israel e congelou as relações comerciais e militares entre os dois países. As autoridades israelitas não fizeram comentários a mais este incidente.

Erdogan afirmou que a posição turca não mudou após o encontro com o presidente americano, Barack Obama, na cimeira do G-20 (grupo das principais economias desenvolvidas e emergentes) em Toronto.

"Chegamos a um consenso de que é preciso um pedido de desculpas, o pagamento de indemnizações para as famílias das vítimas e o fim do bloqueio económico contra a Faixa de Gaza", declarou Erdogran.

A ler no Ionline:"Frota da Liberdade. Não estávamos à espera de assassinatos"

Frota da Liberdade. Não estávamos à espera de assassinatos - vídeo - in Ionline

Uma entrevista de Cláudia Garcia à cineasta brasileira e activista Iara Lee, uma das passageiras do Mavi Marmara, onde foram brutalmente assassinados 9 activistas pelas forças israelitas que assaltaram o navio em àguas internacionais.

Interessante não só pelas suas declarações em relação ao acontecimento em si, mas também em relação à forma de como propões denunciar as guerras e as injustiças.

Poderá encontrar mais informação relevante em cultureofresistance.org.

29 junho, 2010

Pedofilia: O estranho caso da "Comissão católica de investigação"

Pedofilia: Comissão de investigação de crimes na igreja demite-se após acção policial in Ionline

A comissão de investigação de crimes de pedofilia na Igreja Católica belga demitiu-se hoje, conta-nos o Ionline,

A comissão vai demitir-se em bloco”, anunciou hoje publicamente um dos seus membros, Karlijn Demasure, (professora de teologia numa universidade católica,), à saída da reunião deste organismo criado há dez anos para investigar denúncias de casos de pedofilia na igreja belga."

Há dez anos?
Então porquê que ainda em Abril deste ano o porta-voz da Conferência de Bispos Católicos da Bélgica, Eric De Beukelaer, propôs, a criação de uma comissão de investigação sobre a forma como a Igreja Católica tratou os casos de abuso?

Diz-nos o Ionline: "Em causa está uma investigação da polícia belga que a comissão acusa de ter apreendido 450 dossiers que, segundo o presidente do organismo, Peter Andriaenssens, continham testemunhos de vítimas que queriam manter o anonimato. "

E continua:

Retiramo-nos. O debate deve ser feito, agora, entre as vítimas, os responsáveis políticos, a justiça, a igreja e a opinião pública”.

Eu diria que o escândalo extravasou para o domínio público e que assim a "Comissão de Encobridores" deixou de fazer sentido, até porque, em certas circunstâncias, o encobrimento e a cumplicidade, para além da moral e da ética, são crimes que podem dar prisão.
 
Há que dizer que a pedofilia na Igreja Católica Belga não é novidade.

Cerca de 300 denúncias de casos de pedofilia cometidos por clérigos tinham sido apresentados aos bispos da Bélgica no passado dia 12 de Abril de 2010, ou seja há mais de dois meses. A notícia foi então distribuída pela Agência France Press, e mais dizia:

O fundador do grupo Direitos Humanos da Igreja Católica local, o padre Rick Davillé, afirmou que prestou assistência a inúmeras vítimas mas que apenas 15 casos foram investigados até o final e os culpados nunca foram punidos.

"Entre 1992 e 1998, apresentamos mais de 300 queixas de vítimas de abusos cometidos por padres, mas apenas 15 acabaram com a confissão dos acusados.

O religioso criticou a falta de apoio da hierarquia católica belga e disse que nunca houve punições.

O padre informou que a maioria das queixas foi deixada de lado por prescrição do caso e, inclusive, algumas vítimas foram acusadas de difamação.

Uma onda de escândalos sobre clérigos pedófilos tem eclodido pela Europa e Estados Unidos, sendo as mais altas hierarquias da Igreja Católica acusada de tê-los acobertado durante décadas.

A ler: A terceira depressão por Paul Krugman

A terceira depressão in Ionline

Uma análise implacável à ortodoxia vigente de menos deficit público - em prazo destemperado e a destempo - menos, ou mesmo nada, em investimento público - em obras com sentido estratégico e que criem emprego - mais impostos - sobre os que já pagam - e cortes nos apoios sociais - sobre os mais desfavorecidos - o que conduzirá inevitavelmente a uma terceira depressão.

Como conclui Paulo Krugman*:

"...
É, sim, a vitória de uma postura ortodoxa, que tem pouco que ver com uma análise racional, cujo dogma central é que a imposição de sofrimento aos outros é a maneira certa de mostrar capacidade de liderança em tempos difíceis.

E quem vai pagar o preço deste triunfo da ortodoxia? Dezenas de milhões de trabalhadores desempregados. Destes, muitos ficarão sem emprego durante anos: os restantes nunca mais voltarão a trabalhar."
Para ler na íntegra, basta seguir o link acima indicado.
* Paul Robin Krugman (1953) é um economista, laureado com o Prémio Nobel em economia em 2008, pelas suas contribuições sobre A Teoria de um Novo Comércio e uma Nova Geografia Económica. Professor de Economia e de Relações Internacionais na Woodrow Wilson School of Public and International Affairs da Universidade de Princeton, e na London School of Economics e autor, é também colunista para o The New York Times.

28 junho, 2010

Obama recebe Netanyahu a 6 de Julho

O Yediot Ahronot, um dos jornais de maior tiragem de Israel, informou, na sua edição do passado domingo, que os E.U.A. insistiriam com Netanyahu para por fim ao embargo a Gaza durante uma reunião com Barack Obama, o presidente dos E.U.A, agendada para o próximo dia 6 de Julho.

A ver vamos...

Bento XVI cúmplice pelo silêncio e na contumácia

Público - Bento XVI deplora buscas da polícia belga

Pelo menos na Bélgica, e para já, terá acabado a impunidade. E digo para já porque não se sabe em quê que resultarão as inevitáveis pressões políticas.

A Igreja Católica Belga afirma que ceca de 7 milhões de belgas - cerca de 75% da população total - professa a sua religião. No entanto, como por toda a parte na Europa, a secularização tem feito sentir fortemente os seus efeitos.

Segundo um estudo de Hooghe Marc, Quintelier Ellen & Reeskens Tim, "Kerkpraktijk in Vlaanderen. Trends en extrapolaties 1967-2004." Ethische Perspectieven, 16(2) (2006), pp. 113-123, publicado em de 2006, pelo Centro de Politologia da Universidade Católica de Lovaina, a assistência às missas dominicais caiu abaixo dos 10%.

Números mais recentes, não confirmados, apontam para os 6%.

Mas quantidade não quer dizer poder. O poder está nas elítes que dominam as finanças e a política e estas sabem que tem na Igreja Católica Apostólica Romana uma sua incondicional aliada.

É interessante anotar a reacção de Bento XVI, um cumplíce de sempre da política de silêncio que sempre envolveu os crimes de pedofília e não só.

Cumplice porque sabia e escondeu!

Era impossível desconhecer, sendo desde 1981 perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado pelo Papa João Paulo II, cargo que manteve até ser eleito Papa em Abril de 2005.

A missão da Congregação para a Doutrina da Fé é promover e salvaguardar a doutrina sobre a fé e a moral católica em todo o mundo: Por esta razão, tudo aquilo que, de alguma maneira, tocar estes temas cai sob sua competência e assim claramente os casos de abuso sexual.

Mas o maior crime não foi o silêncio. Foi o beneplácito à política de realocação aministrativa de clérigos noutras paróquias onde, na maioria das vezes, voltavam a reincidir no abuso sexual.

NR: Veja sobre este tema a apresentação do livro "Sexo, Padres e Códigos Secretos - 2.000 anos de abuso sexual na Igreja Católica"

2.000 anos de abuso sexual na Igreja Católica


Sexo, Padres e Códigos Secretos - 2.000 anos de abuso sexual na Igreja Católica

NÃO É UM LIVRO DE ESCÂNDALO, antes um trabalho realizado com rigor académico e largamente fundamentado e documentado.

Este ensaio datado de 2006 - e já publicado em Portugal pela Occidentalis - vem levantar a cortina, do cúmplice e insidioso silêncio da hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) que, desde tempos imemoriais, tem procurado envolver numa concha esta realidade.


Entendi usar o subtítulo do ensaio “Sexo, Padres e Códigos Secretos” porque nele se define claramente a amplitude de um fenómeno que não é novo, nem mais localizado aqui ou ali, como o português mais distraído poderia pensar ao tomar conhecimento pela Comunicação Social, dos inúmeros casos de pedofilia que tem vindo a surgir.


É uma obra triste mas por ser verdadeira é também uma obra de esperança.


Os autores são três católicos:

  • Frei Thomas P. Doyle, padre dominicano, é doutorado em Direito Canónico.
Entre 1981 e 1986 foi advogado canónico na equipa da Embaixada do Vaticano em Washington. Durante esse período, ao ter a responsabilidade de preparar inúmeros dossiers sobre acusações de abuso de crianças, da responsabilidade de padres, bispos e membros de Ordens religiosas, tomou conhecimento desta realidade escondida

É, actualmente, consultor jurídico em processos de abuso sexual, que envolvem a Igreja e que decorrem em tribunais de todo o mundo.


Entrevistou mais de duas mil vítimas de abuso sexual apenas nos Estados Unidos e luta tanto pelos seus direitos, como pelos direitos dos abusadores perante a justiça.


Em Abril de 2008, foi proibido pelo Arcebispo Raymond L. Burke, de representar legalmente quem quer que seja, em qualquer instância jurídica da ICAR, na Arquidiocese de St. Louis.



  • W. Richard Sipe foi monge beneditino durante 18 anos e especializou-se em problemas de saúde mental, sendo psicoterapeuta.
Tem igualmente desenvolvido estudos sobre as origens, significado e dinâmica do celibato e publicado diversas obras sobre o tema. Casado há 34 anos, tem um filho.

Desde 1992 foi consultor e testemunha pericial em mais de 200 processos de abuso sexual de menores por parte de clérigos.

  • Patrick J. Wall foi padre beneditino entre 1988 e1998. Estudou Teologia, Ciência Política e Direito Canónico.
Em 1998 o pediu a suspensão dos votos religiosos e das obrigações sacerdotais. Casou em 2001 e tem uma filha.

Foi conselheiro em mais de 200 casos de abuso sexual por parte de padres.


Voltando às notícias que deram lugar a este apontamento e tendo em consideração os relatos deste ensaio, cedo concluímos que sempre houve um enorme esforço para impedir que toda a verdade fosse revelada, e para livrar  a ICAR da obrigação de apresentar documentação e dar testemunho, que poderia vir a incrimina-la de forma ainda mais gravosa.


Ou seja, a hierarquia da ICAR só pelo avolumar dos escândalos foi forçada a abandonar a estratégia do silêncio para finalmente admitir os factos, com toda a sua dimensão de horror.


É por isso que neste livro, cuja leitura recomendamos, se inscreve a seguinte dedicatória:


“A todo o povo de Deus, traído ou abusado por aqueles que deviam protegê-lo e confortá-lo. E àqueles que se mantém fieis ao exemplo de Cristo.”

Gilad Shalit: Pressão aumenta sobre Netanyahu para negociar com o Hamas a sua libertação

FT.com / Middle East / Politics & Society - Pressure builds on PM over captive Israeli

Milhares de manifestantes pressionaram o governo israelita no passado domingo, para fechar um acordo com o Hamas, para uma troca de prisioneiros, com o objectivo de libertar o soldado Gilat Shalit [capturado há quatro anos por um grupo de combate conjunto de deversas forças da guerilha palestina].

Para ler mais (em inglês) do artigo de Vita Bekker, desde Telavive, para o FT siga o link.

27 junho, 2010

Michel Collon: As 10 mentiras de Israel

Michel Collon, jornalista e escritor numa palestra a propósito do lançamento do seu último livro: Israel, Vamos falar! [Israël, Parlons-en!, Investig'Action/Couleur livres, Bruxelles/Charleroi, 2010 (ISBN 978-2-87003-549-8)].

O vídeo, em francês, está legendado em espanhol.


Introdução [traduzida] do livro "Israel, Vamos falar!" :

Isto pode parecer estranho tanto que os media nos falam de Israel. Mas as razões do conflito são suficientemente claras?

Israel: terra sem gente para gente sem terra? Democracia em legitima defesa ou Estado do apartheid? Choque de civilizações, conflitos religiosos ou petróleo? Porquê que parece impossível uma solução?

Michel Collon entrevistou 20 testemunhas e peritos [Chomsky, Sand, Gresh, Bricmont, Hassan, Ramadan, Morris, Delmotte, Warschawski, Halevi, Zakaria, Pappe, Sieffert, David, Aruri, Amin, Blanrue, Tilley, Botmeh]. Israelitas e árabes, judeus e muçulmanos, europeus e americanos. Cada um clarifica uma questão específica numa linguagem simples e direta.

Porquê falar sobre Israel? Para tentar realizar um debate fundamentado. Entre aqueles que gritam anti-semitismo quando se critica o governo de Israel e aqueles que imaginam uma grande conspiração judaica.

Como falar de Israel? Deixando de lado os preconceitos e descobrindo todos os factos, as páginas de história ocultadas.

Remover todos os tabus é permitir que todos construam as suas opiniões livremente. E debate em torno. Já que este conflito é jogado tanto no Médio Oriente como na Europa. É na discussão entre os cidadãos de todas as origens que surgirão as soluções para a paz.

NR: Obviamente não se espantem por existir uma campanha contra Michel Collon rotulando-o de anti-semita.

Eutanásia: Tribunal Federal de Justiça alemão decidiu autorizar em determinadas circunstâncias

A interrupção pelos médicos do suporte de vida a um doente em estado terminal não é punível por lei, desde que autorizada pelo próprio paciente, deliberou na sexta-feira o Tribunal Federal de Justiça alemão.

Médicos, assistentes ou enfermeiros têm de interromper uma medida de suporte de vida, se essa for a vontade do paciente”, afirma-se no acórdão, que passa a fazer jurisprudência, e a autorizar assim a eutanásia, em determinadas circunstâncias.

Os médicos podem interromper medidas para prolongar a vida de uma pessoa, “mesmo que o processo da morte ainda não se tenha iniciado”, decidiu este tribunal superior.

A sentença esclarece ainda que “não é relevante” se a interrupção do suporte de vida é feita através de uma acção do paciente, como por exemplo, a retirada de um tubo vital.

A vontade expressa do paciente é decisiva, mesmo quanto este já não estiver consciente”, proclamaram os juízes alemães.

A decisão foi assim favorável ao recurso de um advogado especializado em Direito da Medicina, que fora acusado de tentativa de homicídio e condenado a nove meses de prisão, com pena suspensa pelo tribunal regional de Fulda.

O advogado aconselhou a filha de uma mulher, gravemente doente e em coma artificial, a recorrer à eutanásia, para acabar com o sofrimento da mãe. A filha seguiu o conselho e cortou o tubo de alimentação.

A defesa e o Ministério Público Federal, na altura, tinham requerido a absolvição do advogado, mas o tribunal de Fulda condenou o advogado por tentativa de homicídio e ilibado a filha.

Contra a impunidade, Façamos memória



Pedro Almodóvar Virgilio Leret Ruiz Maribel Verdú Primitiva Rodríguez Hugo Silva José Villalibre Toral María Galiana Balbina Gayo Gutiérrez Juan Diego Botto Santos Valentín Francisco Díaz Almudena Grandes Granada Garzón de la Hera José Manuel Seda Gerardo González Iglesias Pilar Bardem María Álvarez Juan José Millás Antonio Parra Ortega Carmen Machi Isabel Picorel Miguel Ríos Severiano Rivas Juan Diego Feliciano Marcos Brasa Paco León Joaquín León Trejo Aitana Sánchez-Gijón Julia Conesa Javier Bardem Francisco Escribano

“No tuve juicio, ni abogado, ni sentencia. Mi familia me sigue buscando”
Delitos? Antifranquistas, Republicanos, Socialistas. Demócratas.
¿Hasta cuándo?
 Fonte: La Feina Ben Feta...

Nota: Os produtores deste vídeo esqueceram-se de incluir comunistas e  anarquistas. Neste momento a quem serve a "revisão" da história? Para que a história não se repita façamos a memória... de todos.

Burca: Um manifesto catalão pela convivência e coesão social

Para quando e se o tema chegar a Portugal, aqui fica um manifesto assinado por 6 organizações da Catalunha.

Fonte: [Burqa/Burka] De Catalunya a Portugal. Um manifesto/ Un manifest


Os abaixo assinados, catalães e catalãs, muçulmanos e de outras crenças e religiões, perante a polémica que se iniciou sobre o uso da burca e outras peças de roupa e objectos que cobrem o rosto impedindo a identificação pública da pessoa, pretendemos manifestar o seguinte:

1. Nos últimos anos o nosso país viu um aumento da sua população pela chegada de muitas pessoas procedentes de diferentes locais e culturas. Este acontecimento fez com que a nossa sociedade como a maioria das sociedades avançadas da Europa e do mundo, evolua para uma maior pluralidade e interculturalidade. O desafio fundamental é a preservação da coesão social e da convivência. Uma convivência baseada no respeito das leis e dos seus princípios democráticos e também o respeito pela diversidade cultural e garantia da plena igualdade dos nossos cidadãos e cidadãs.

2. Algumas práticas, quase inexistentes na nossa sociedade, podem não ser compatíveis com estes valores, especialmente quando se dificulta a identificação da pessoa e a sua comunicação com outros, provocando um problema de convivência e segurança.

3. Este é o verdadeiro problema que põe a burca ou o niqab, sem que em algum caso tenham relação com exigências do tipo religioso, já que outras expressões públicas da identidade religiosa e cultural, como o lenço ou o hijab, são utilizados, sem qualquer tipo de obstáculo, pelas mulheres muçulmanas que assim querem e são, ao contrário da burca ou do niqab, plenamente compatíveis tanto com os valores comuns como com a prática social.

4. Fazemos um apelo, por tanto, para que esta questão seja retirada do confronto político-partidário, já que a polémica não responde aos problemas reais dos cidadãos e pode contribuir para alterar a convivência e a coesão social. Tão pouco cremos que se possa resolver adequadamente pela via legal e por tanto comprometemo-nos a trabalhar, pelo diálogo e pedagogia, para conseguir que não se utilizem em locais públicos nem a burca, nem qualquer outra peça de vestir ou objecto que não permita a identificação da pessoa, seja esta um homem ou uma mulher.

5. Queremos reiterar que tanto a burca como o niqab não correspondem a qualquer obrigação religiosa mas sim a costumes e práticas culturais de determinadas áreas geográficas, e que o seu uso público na nossa sociedade provoca repulsa, dificulta a convivência e transmite uma imagem negativa dos muçulmanos.

Barcelona, 18 de Junho de 2010

Entidades aderentes:

* União dos Centros Islâmicos e culturais da Catalunha
* Associação cultural Caminho da Paz
* Associação ponto de intercâmbio
* Federação de entidades Culturais Catalãs de origem Marroquina (FECCOM)
* Associação sociocultural Ibn Batuta
* Associação Catalunha-Líbano
* Centro Euro-Árabe da Catalunha

A não perder: Entrevista com Janúario Torgal Ferreira, Bispo, no Ionline

Concordo e aceito um homem que viva com um homem in Ionline

O título do "Ionline", que suporta o link para a entrevista, é um chamariz. Este é apenas um dos temas - importantes - que foram abordados na entrevista com o Bispo Januário Torgal Ferreira, realizada pela jornalista Rosa Ramos. Uma boa entrevista.

Na entrevista vai passando:

Saramago; "O Evangelho segundo Jesus Cristo"; o artigo do L' Osservatore Romano" (Eu pensei que esse extremismo já tivesse passado, esse radicalismo. Não ficava mal mostrar alguma sensatez - mantendo a verdade - diante de uma pessoa que já cá não está para se defender.); comunismo;

A "esquerda" (Se as pessoas entenderem que ser de esquerda é falar dos problemas sociais, defender gente desempregada, demonstrar diante de sistemas governamentais a sua inutilidade, desvarios e erros...); CGTP;

O casamento homossexual (...casamento com o qual eu não concordo e que entendo como união.); a argumentação de Cavaco Silva aquando da promulgação (... produção cultural insuficiente da argumentação usada: dizer que não veta por causa da situação crítica que estamos a atravessar?); o movimento de homossexuais católicos; a prática da homossexualidade (Com certeza que um casal homossexual não é um teórico, não é? E os afectos traduzem-se por essa prática, por essa fusão psíquico-afectiva da unidade misteriosa que é o ser humano.) e a posição da Igreja Católica;

Planeamento familiar;

Igreja; os "novos movimentos"; ritos; centralismo do Vaticano;

Razão e fé.

Recomendo a leitura pois é uma entrevista que carrega a esperança de que milhões de católicos possam vir a abraçar, um dia, uma sociedade mais aberta, mais justa, mais inclusiva, mais fraterna e progressiva, objectivo que infelizmente apenas alguns desde há muito defendem.

Bastava para tal que seguissem o exemplo radical de Cristo adaptado aos nossos tempos.

A questão é que, por cada Januário cristão, existem dezenas de aliados do obscurantismo mais reaccionário, que preferem o conúbio com a riqueza e o poder, do que com a justiça social e os mais desfavorecidos e pobres.

26 junho, 2010

BDS: Empresa britânica corta relações comerciais com cliente israelita como forma de protesto

A empresa RedRat deixou de fornecer material electrónico para televisões e projectores à empresa israelita Disk-in Pro.

O dono da RedRat, Dr. Chris Dodge, informou o seu cliente israelita de que:

"Mesmo sendo a Disco-In Pro bons clientes, não queremos apoiar a política de Israel na Faixa de Gaza, assim como nos outros "territórios ocupados da Palestina". Manter o negócio como sempre, diz ele, equivale a apoiar."

Assim a sua empresa junta-se a uma lista crescente de empresas, instituições académicas e de artistas que pensam que este é o momento de mostrar desacordo. Ele também expressou a esperança de que os políticos de Israel assumam as responsabilidades que Israel deve ter como o país mais rico e mais forte na região, em circunstâncias que são reconhecidamente difíceis. Quando isso acontecer, acrescentou, "a RedRat voltará a fazer, com satisfação,  negócios com Israel."

Dica: Comité Palestina

Fonte: YnetNews

25 junho, 2010

Para Israel o crime compensa e a OCDE recompensa!

Um mês depois de ter aceitado Israel como seu membro, no meio da maior trafulhice estatística que há memória na OCDE, e como que para encorajá-lo a repetir actos de pirataria sangrenta como aquele que resultou no assassinato de 9 activistas turcos que transportavam ajuda humanitária para Gaza, a OCDE anunciou que a conferência do Comité do Turismo, a realizar em Outubro, seria acolhida por Israel.

Será a primeira vez que essa conferência anual se realiza fora de Paris.

Fonte: Comité Palestina

24 junho, 2010

1 em cada 3 crianças israelitas vive na pobreza!

Como subscrevo o Haaretz, vou recebendo uns e-mails com propaganda. Hoje recebi um com o objectivo de angariar fundos para que, crianças israelitas pobres, possam frequentar  campos de férias durante o Verão.

E a caixa alta do anúncio foi uma inesperada novidade para mim:

Para ver o resto do anúncio clique aqui.

Fui confirmar e de facto esta é uma das conclusões do Poverty and Social Gaps in 2008, annual report, realizado pelo National Insurance Institute of Israel e apresentado em 2 de Novembro p.p

O relatório sublinha ainda que, 1 em cada 4 israelitas é pobre.

Também aqui se verificam os resultados da política de apartheid.

Analisem os dados: 19,7% dos judeus é pobre contra 55,6% dos árabes...

Mais uma boa razão para fazerem a paz.

23 junho, 2010

"EUA lamentam" a demolição de mais 22 casas palestinas em Jerusalém ocupada

Público - EUA contra derrube de casas em Jerusalém

As lágrimas de crocodilo da Administração Obama e as desculpas de impotência dos governantes de Israel.

O Conselho Municipal de Jerusalém avoca que as casas são ilegais. Mas caberá ao invasor e ocupante definir a legalidade da propriedade do ocupado e invadido?

Há muito que estas questões deveriam estar resolvidas e só não o estão pelos chamados interesses estratégicos dos EUA na região, pelo servilismo dos seus aliados, na região, - Egipto, Arábia Saudita, Jordânia e até aqui Turquia (a manter em observação) - e na  NATO e pela pusilanimidade da UE. Basta analisar os resultados das votações nos aerópagos internacionais no que toca a Israel e à Palestina.

Agora estamos todos à espera - eu menos mal, mas o mesmo não digo dos palestinos com especial incidência para os que sobrevivem na Faixa de Gaza ou nas prisões de Israel, (para cima de 10.000, e entre eles dezenas de crianças) - que se realizem as eleições para o Senado americano em Novembro. E se os apoiantes de Obama perderem, ficaremos à espera então de quê?

A propósito seria de reler uma crónica de Uri Avnery intitulada "Voz Calma, Grande Pau", datada de 23 de Maio, e publicada, traduzida para português, a 30 de Maio de 2009, no "Fórum Palestina" e agora aqui republicada.

22 junho, 2010

Aprovado plano para destruir casas de palestinos em Jerusalém Oriental

Aprovado FT.com / Middle East / Arab-Israel conflict - Plan to raze Arab homes approved

O conselho da cidade de Jerusalém, na passada segunda-feira, agitou do princípio ao fim, um polémico plano para demolir 22 casas palestinas na parte oriental ocupada da cidade, preparando o terreno para novas tensões entre Israel e a comunidade internacional.

Siga o link para ler esta notícia 8em inglês)  preparada por Tobias Buck correspondente do FT em Jerusalém.

21 junho, 2010

O "elogio" fúnebre do Vaticano a um ser humano chamado Saramago

Já  aqui tínhamos dado conta e comentado, a partir de uma notícia do DN, do que a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, através do seu órgão "L'Osservatore Romano" entendeu comunicar sobre a morte de José Saramago.

Aqui fica a versão original em italiano já que não encontrei a sua tradução oficial para português. No entanto, na última edição semanal portuguesa, datada de 19 de Junho, encontrei, nem de propósito, um "discurso ao congresso eclesial da diocese de Roma Bento XVI recordou que a Eucaristia torna capaz de partilha. A caridade transforma os corações e a sociedade.
Bem prega Bento XVI...

L’onnipotenza (presunta) del narratore

di Claudio Toscani
"Quello di cui la morte non potrà mai essere accusata è di aver dimenticato a tempo indeterminato nel mondo qualche vecchio, solo per invecchiare sempre di più, senza alcun merito o altro motivo visibile".
Sia pure scomparso alla rispettabile età di 87 anni, di José Saramago non si potrà dire che il destino l'abbia tenuto in vita a tutti i costi, vedi la frase succitata, tolta dal romanzo Tutti i nomi, uscito in quel 1998 che lo vide provocatorio Nobel della letteratura.
"Saramago", cognome aggiunto all'anagrafico José Sousa, era nato nel 1922 ad Azinhaga in Portogallo, da una famiglia di contadini e braccianti. Trasferitosi a Lisbona nel 1924, qui aveva compiuto i suoi studi fino al diploma di tecnico meccanico. Non particolarmente complessa né movimentata, la sua vita veniva registrando vari lavori, tra cui l'editoria; un matrimonio nel 1944; un primo romanzo nel 1947 (Terra di peccato, che disconoscerà in sede di bibliografia ufficiale); l'iscrizione al Partito comunista nel 1969 e una militanza politica clandestina sino al 1974, quando la cosiddetta "rivoluzione dei garofani" (contro la dittatura di Caetano), ristabilisce le libertà democratiche.
Cinquantacinque anni compiva Saramago al suo vero primo romanzo, Manuale di pittura e di calligrafia (1977), ma nel resto della sua vita recupererà il tempo andato imponendosi in decine e decine di opere che coerentemente convergono attorno a pochi cespiti conduttori:  la Storia maiuscola in filigrana a quella del popolo; una struttura autoritaria totalmente sottomessa all'autore, più che alla voce narrante, non solo onnisciente ma anche onnipresente; una tecnica dialogica in tutto debitrice all'oralità; un intento inventivo che non si cura di celare con la fantasia l'impronta ideologica d'eterno marxista; un tono da inevitabile apocalisse il cui perturbante presagio intende celebrare il fallimento di un Creatore e della sua creazione. E, infine, una strategica modalità, tematica ed espressiva a un tempo, impegnata a rendere quel che lui stesso ha definito la "profondità della superficie":  qualcosa che allude sia a quel poco che conosciamo del tanto che rivendichiamo alla ragione, ma anche quel tanto che strappiamo alla realtà di quel poco che la ragione ci permette.
Chiamando a raccolta non molti ma primari maestri (da Kafka a Borges, da Eça de Queiros a Pessoa, da Antonio Vieira a Machado), Saramago diede da subito l'elenco degli artefici della sua formazione, collocandoli senza soluzione di continuità lungo un'onda di piena al cui estuario poneva la novecentesca inquietudine della letteratura, della storia, dell'arte, della politica e della religione, oltre che di se stesso.
E per quel che riguardava la religione, uncinata com'è stata sempre la sua mente da una destabilizzante banalizzazione del sacro e da un materialismo libertario che quanto più avanzava negli anni tanto più si radicalizzava, Saramago non si fece mai mancare il sostegno di uno sconfortante semplicismo teologico:  se Dio è all'origine di tutto, Lui è la causa di ogni effetto e l'effetto di ogni causa.
Un populista estremistico come lui, che si era fatto carico del perché del male nel mondo, avrebbe dovuto anzitutto investire del problema tutte le storte strutture umane, da storico-politiche a socio-economiche, invece di saltare al per altro aborrito piano metafisico e incolpare, fin troppo comodamente e a parte ogni altra considerazione, un Dio in cui non aveva mai creduto, per via della Sua onnipotenza, della Sua onniscienza, della Sua onniveggenza. Prerogative, per così dire, che ben avrebbero potuto nascondere un mistero, oltre che la divina infinità delle risposte per l'umana totalità delle domande. Ma non per lui.
Giunto tardi al romanzo, si era rifatto, come s'è detto, con una serie di narrazioni. Dal 1980 in poi, nella bibliografia dell'opera di Saramago, si transita da Memoriale del Convento a L'anno della morte di Ricardo Reis (1984), che torna alla storia del Portogallo nel 1936; da La zattera di pietra (1986), avventura ecologica e demoniaca che immagina la deriva della Spagna dell'oceano tra magico quotidiano, metafora politica e nuove soluzioni atlantiche, a Storia dell'assedio di Lisbona (1989), libro in cui un revisore editoriale, inserendo una particella negativa (un "non") in un saggio storico, dà a Saramago il destro per giocare a falsificare l'evento, più per gioco che per convinta ideologia.
È il 1991 quando, inaugurando ciò che la critica ha chiamato il suo secondo tempo, lo scrittore pubblica Vangelo secondo Gesù, sfida alla memorie del cristianesimo di cui non si sa cosa salvare se, tra l'altro, Cristo è figlio di un Padre che imperturbato lo manda al sacrificio; che sembra intendersela con Satana più che con gli uomini; che sovrintende l'universo con potestà senza misericordia. E Cristo non sa nulla di Sé se non a un passo dalla croce; e Maria Gli è stata madre occasionale; e Lazzaro è lasciato nella tomba per non destinarlo a morte suppletiva.
Irriverenza a parte, la sterilità logica, prima che teologica, di tali assunti narrativi, non produce la perseguita decostruzione ontologica, ma si ritorce in una faziosità dialettica di tale evidenza da vietargli ogni credibile scopo.
Il secondo tempo di Saramago si diversifica poi con Cecità (1995), affresco apocalittico che denuncia la notte dell'etica in cui siamo sprofondati. Poi in campo esistenziale, sia con Tutti i nomi (1997), altra apocalisse dal pessimismo assoluto sospesa su una indifferenziata comunità di morti e di vivi, sia con Il racconto dell'isola sconosciuta (1998), parabola sull'uguaglianza dell'uomo tra gli uomini. In campo intellettuale, prima con La caverna (2000), che tra Kafka, Huxley e Orwell, dispiega un allarme meno disperato del solito e addirittura aperto alla speranza; poi, con L'uomo duplicato (2003), dove colui che si scopre identico a una comparsa televisiva finisce per smarrirsi in un garbuglio fattuale, psichico e spirituale.
Avvicinandosi alla fine, Saramago ci ha lasciato un "testamentario" Saggio sulla lucidità (del 2004), critica al funzionamento, se non alla funzionalità, delle odierne democrazie, contro le quali l'autore auspica una schiacciante maggioranza di "schede bianche", la più invisa espressione di volontà politica per un potere che solo così dovrebbe deflagrare. Poi, un "giocoso" Don Giovanni o il dissoluto assolto (del 2005), ossia il ritratto di un onore sociale offeso, giacché al grande amatore non riesce, nel testo, ciò per cui è da sempre famoso.
Fertile, comunque, la discesa creativa degli anni appena precedenti la scomparsa:  dall'itinerante carovana di Il viaggio dell'elefante (2009), pittoresco, umoristico e "peripatetico", all'inaccettabile Caino (2010), romanzo-saggio sull'ingiustizia di Dio, parodiante antilettura biblica, per non dire di altri titoli che andrebbero segnalati, a onor del vero, ma quasi sempre per polemica o pretesto.
Saramago è stato dunque un uomo e un intellettuale di nessuna ammissione metafisica, fino all'ultimo inchiodato in una sua pervicace fiducia nel materialismo storico, alias marxismo. Lucidamente autocollocatosi dalla parte della zizzania nell'evangelico campo di grano, si dichiarava insonne al solo pensiero delle crociate, o dell'inquisizione, dimenticando il ricordo dei gulag, delle "purghe", dei genocidi, dei samizdat culturali e religiosi.

(L'Osservatore Romano - 20 giugno 2010)

20 junho, 2010

Sondagem: A maioria dos palestinos quer a paz com Israel

Poll: Most Palestinians want peace with Israel - Haaretz Daily Newspaper | Israel News

Uma sondagem conduzida pela Fafo na Cisjordânia e em Gaza concluiu que 89% dos palestinos apoiam a realização de eleições legislativas durante este ano, e 84% acreditam que o Fatah ganhará.

A Fafo, uma fundação de pesquisa multidisciplinar internacional, sedeada na Noruega, concluiu que 73 por cento dos palestinos, tanto na Cisjordânia com em Gaza são favoráveis às negociações de paz com Israel, mas acentuaram que o congelamento dos colonatos deve ser uma condição prévia às negociações.

A maioria dos palestinos apoiam um acordo de paz com Israel e acreditam que a Autoridade Palestina deve usar meios não-violentos para alcançar os seus objectivos políticos, revelou uma nova sondagem da Fafo.

A sondagem também revelou um aumento do apoio palestino à interrupção dos ataques com mísseis a partir de Gaza contra Israel, subindo de 53 por cento em 2009 para 61 por cento em 2010.

A maioria dos palestinos que concordaram em responder à sondagem disseram que tinham mais confiança na liderança do Fatah, liderado por Mahmoud Abbas, do que no Hamas, e revelou que o apoio do Hamas em Gaza era relativamente menor do que em 2008.

Além disso, mais de 89 por cento dos palestinos são muito favoráveis à realização de novas eleições legislativas ainda neste ano, mas somente se forem realizadas tanto na Cisjordânia como na Faixa de Gaza e com a participação do Hamas.

A pesquisa também concluiu que, se as eleições se realizassem neste ano, 84 por cento acreditava que o Fatah ganharia. No entanto, três em cada dez dos inquiridos acreditavam que nem Abbas nem o líder do Hamas Ismail Haniyeh são competentes para liderar a Autoridade Palestina, e afirmaram que não votariam.

A sondagem que foi realizada na Cijordânia e em Gaza durante os últimos três anos, constatou que após a Guerra de Gaza em Dezembro de 2008, o apoio ao Hamas aumentara, mas que tem diminuído gradualmente desde então.

Os entrevistados foram aleatoriamente seleccionados entre indivíduos com idade igual ou superior aos 18 anos.

Entre os 960 entrevistados, na Cisjordânia, em Fevereiro de 2010, e os 933 entrevistados em Gaza durante Maio de 2010, a sondagem verificou que os palestinos estavam divididos sobre a declaração unilateral de um Estado palestino.

As entrevistas ocorreram em 66 pontos distintos em ambas as áreas, mas os pesquisadores limitaram os seus resultados afirmando que "São pessoas que se recusam a responder à pergunta, afirmam que não pretendem exercer o seu voto, ou que não sabem qual o partido (ou candidato) que apoiarão."

Israel expulsa 4 parlamentares palestinos residentes em Jerusalém Oriental

(You can find the original version in English after the Portuguese version.)
Comunicado de imprensa recebido do departamento de Negociações da OLP, no dia 20 de Julho, às 10:51 

O responsável do Departamento de Negociações da OLP, Dr. Saeb Erekat condenou a revogação de residência e expulsão de Jerusalém Oriental, de quatro membros do Conselho Legislativo Palestino (CLP), Mohammad Abu Teir, Mohammad Totah, Abu Khaled Arafah e Atoun Ahmad.

"Condenamos fortemente as recentes directivas para negar aos naturais de Jerusalém o direito de viver na sua própria cidade. Esta revogação de direitos dificilmente é uma política isolada. Desde a ocupação israelita do território palestino iniciada em 1967, tem sido conduzida, de forma sistemática, uma política destinada a expulsar os palestinos de Jerusalém Oriental.''

''Nos últimos dois anos, mais de 5000 palestinos foram despojados dos seus direitos de residência em Jerusalém. E hoje, centenas de famílias palestinas vivem sob a ameaça de terem as suas casas demolidas, enquanto os colonatos ilegais continuam a ser construídos nos territórios ocupados. "No ano passado, 103 casas foram demolidas, só em Jerusalém Oriental.

Referindo-se aos relatórios de Israel de que a decisão foi tomada com base em considerações de segurança, o Dr. Erekat afirmou que "a directiva nada tem a ver com segurança, mas com a consolidação de um sistema de apartheid, onde os judeus de todo o mundo estão autorizados a entrar livremente e a desfrutar de direitos em Jerusalém, enquanto aos palestinos naturais da cidade são negados o direito de viver na sua própria terra. O mundo não pode continuar a olhar em silêncio enquanto estas políticas continuarem. Esta directiva não é apenas uma ameaça para os indivíduos afectados, mas também uma ameaça contra a solução de dois estados e todo o processo de paz. Israel não pode continuar a agir acima da lei."

"A pedido do presidente Mahmoud Abbas, transmiti a mensagem ao governo americano e a Israel que a revogação de bilhetes de identidade é uma forma de punição colectiva. Resultando severas consequências para as famílias, e constitui um ataque contra a democracia palestina.''

Concluindo o Dr. Erekat afirmou: "a nossa visão para a paz inclui uma Jerusalém compartilhada que é a capital de dois estados. A visão de Israel para a cidade, como evidenciado por acções de Israel, é de exclusividade. Até que Israel reconheça os direitos dos palestinos na cidade, a paz será elusiva para todos os envolvidos."

For Immediate Release

June 20, 2010

Negotiations Affairs Department

Palestine Liberation Organization

Dr. Erakat on Israel’s announcement of residency revocation and expulsion of four PLC members

Chief Palestinian Negotiator Dr Saeb Erakat condemned the announcement of Israel’s revocation of residency and expulsion of four Palestinian Legislative Council (PLC) members from East Jerusalem, Mohammad Abu Teir, Mohammad Totah, Khaled Abu Arafah, and Ahmad Atoun.

“We strongly condemn the recent orders to deny Jerusalemites their right to live in their own city. This revocation of rights is hardly an isolated policy. Since Israel’s occupation of the Palestinian territory began in 1967, it has carried out a systematic policy aimed at expelling Palestinians from East Jerusalem.’’

‘’In the past two years alone, over 5000 Palestinians have been stripped of their residency rights in Jerusalem. And today, hundreds of Palestinian families live under the threat of having their homes demolished while illegal settlements continue to be built on occupied land.” Last year, 103 homes were demolished in East Jerusalem alone.

Referring to the Israeli reports that the decision was made based on security considerations, Dr. Erakat said “the order has nothing to do with security but with the consolidation of an Apartheid system where Jews from all over the world are allowed to enter freely and enjoy rights in Jerusalem, while the indigenous Palestinians of the city are denied the right to live on their own land. The world can no longer look on in silence as these policies continue. This order is not only a threat to the individuals affected, but also a threat against the two state solution and the entire peace process. Israel cannot continue to act above the law.”

“Upon President Mahmoud Abbas’ request, I conveyed the message to the American administration and to the Israeli side that revocation of identity cards is a form of collective punishment. It results in severing families, and it constitutes an attack against Palestinian democracy.’’

Dr. Erakat concluded “our vision for peace includes a shared Jerusalem that is the capital of two states. The Israeli vision for the city as evidenced by Israeli actions is an exclusive one. Until Israel recognizes Palestinian rights in the city, peace will be elusive for all involved.”

"L'Osservatore Romano" apelida Saramago de "populista e extremista"

"L'Osservatore Romano" apelida Saramago de "populista e extremista" - Portugal - DN

Antes o ataque aberto que a desconsideração do silêncio.

Chamar populista a Saramago é tentativa falhada de o denegrir. De facto querendo-o atacar politicamente, acertaram literalmente na sua caracterização.

Saramago foi um populista, pois produziu parte da sua obra, tendo o povo mais simples como tema e retratando-o com simpatia critica, mas sem paternalismo.

De ser extremista... quem mais extremista e radical que Jesus Cristo.

Quanto a ser marxista, ou seja acreditar na utopia de uma sociedade sem classes, numa sociedade mais justa, mais solidária e fraterna é sonho, estou certo, que Jesus Cristo, não desdenharia abraçar.

Quanto à ideologia anti-religiosa, de facto Saramago era ateu confesso e um homem livre a quem agradava desmascarar mitos, superstições, efabulações, tão próprias das religiões. E que o fez com acutilante e certeira arte.

O fel do "L'Osservatore Romano" só tem um efeito: destacar a sua mesquinhez e demonstrar a impiedade dos que se reclamam seguidores de um deus de amor.

Saramago afirmou: "Foi a Morte que inventou deus" (a grafia é minha, pois que só ouvi as suas palavras).

E eu com a devida distância acrescentava... e a religião a justificação para o preconceito, a intolerância e o ódio.

19 junho, 2010

O primeiro passo de Saramago


Esta é a capa do primeiro romance de Saramago, na sua primeira edição datada de 1947.

A sua reedição só se faz em Setembro de 1997, cinquenta anos depois, pela Editorial Caminho. Para ela escreveu Saramago este interessante "Aviso", explicando as suas razões, porque só então aceitou reintegra-lo na sua obra.

     Aviso

    O autor é um rapaz de vinte e quatro anos, calado, metido consigo, que ganha a vida como praticante de escrita nos serviços administrativos dos Hospitais Civis de Lisboa, depois de ter estado a trabalhar durante mais de um ano como aprendiz de serralheria mecânica nas oficinas dos ditos hospitais. Tem poucos livros em casa porque o ordenado é pequeno, mas leu na Biblioteca Municipal das Galveias, tempos atrás, tudo quanto a sua compreensão logrou alcançar. Ainda estava solteiro quando um caridoso colega da repartição, segundo-oficial, de apelido Figueiredo, lhe emprestou trezentos escudos para comprar os livrinhos da colecção “Cadernos” da Editorial Inquérito. A sua primeira estante foi uma prateleira interior do guarda-louça familiar. Neste ano de 1974 em que estamos nascer-lhe-á uma filha, a quem medievalmente dará o nome de Violante, e publicará o romance que tem andado a escrever, esse a que chamou A Viúva mas que vai aparecer à luz do dia com um título a que nunca se há-de acostumar. Como no tempo em que viveu na aldeia já havia plantado umas quantas árvores, pouco mais lhe resta para fazer na vida. Supõe-se que escreveu este livro porque numa antiga conversa entre amigos, daquelas que têm os adolescentes, falando uns com os outros do que gostariam de ser quando fossem grandes, disse que queria ser escritor. Em mais novo o seu sonho era ser maquinista de caminho-de-ferro, e se não fosse por causa da miopia e da diminuta fortaleza física, imaginando que não perderia a coragem entretanto, teria ido para aviador militar. Acabou em manga-de-alpaca do último grau da escala hierárquica e tão cumpridor e pontual que à hora de começar o serviço já está sentado à pequena mesa em que trabalha, ao lado da prensa das cópias. Não sabe dizer como lhe veio depois a ideia de escrever a história de uma viúva ribatejana, ele que de Ribatejo saberia alguma coisa, mas de viúvas nada, e menos ainda, se existe o menos que nada, de viúvas novas e proprietárias de bens ao luar. Também não sabe explicar por que foi que escolheu a Parceria António Maria Pereira quando, com notável atrevimento, sem padrinhos, sem empenhos, sem recomendações, se decidiu a procurar um editor para o seu livro. E ficará para sempre como um dos mistérios impenetráveis da sua vida haver-lhe escrito Manuel Rodrigues, da Editorial Minerva, dizendo ter recebido A Viúva na sua casa por intermédio da Livraria Pax, de Braga, e que passasse ele pela Rua Luz Soriano, que era onde estava a editora. Em momento nenhum ousou o autor perguntar a Manuel Rodrigues por que aparecia a tal Pax metida no caso, quando a verdade é que só tinha enviado o livro à António Maria Pereira. Achou que não era prudente pedir explicações à sorte e dispôs-se a ouvir as condições que o editor da Minerva tivesse para lhe propor. Em primeiro lugar, não haveria pagamento de direitos. Em segundo lugar, o título do livro, sem atractivo comercial, deveria ser substituído. Tão pouco habituado estava o nosso autor a andar com tostões de sobra no bolso e tão agradecido a Manuel Rodrigues pela aventura arriscada em que se ia meter, que não discutiu os aspectos materiais de um contrato que nunca veio a passar de simples acordo verbal. Quanto ao rejeitado título, ainda conseguiu murmurar que iria tentar outro, mas o editor adiantou-se, que já o tinha, que não pensasse mais. O romance chamar-se-ia Terra do Pecado. Aturdido pela vitória de ir ser publicado e pela derrota de ver trocado o nome a esse outro filho, o autor baixou a cabeça e foi dali anunciar à família e aos amigos que as portas da literatura portuguesa se tinham aberto para ele. Não podia adivinhar que o livro terminaria a pouco lustrosa vida nas padiolas. Realmente, a julgar pela amostra, o futuro não terá muito para oferecer ao autor de A Viúva.

         J. S.

Actualização: 19 de Julho de 2010, 17:34

Soube agora, pelo Público, que o Governo decretou dois dias de luto nacional. Para mim é igual. Esses sinais de hipocrisia mundana, pretendem servir mais os da "situação" do que a memória de quem partiu e deixa Obra.

No meu caso, Saramago está onde sempre esteve. No meu pensamento. Como um Homem que  admiro, tanto pela Obra como pela sua coragem e persistência na defesa dos seus valores e causas. Um exemplo a ter presente.

Se muitos apenas lhe reconhecem a Obra, eu, sou dos que, para além disso, valorizo a sua solidariedade, dedicação e luta contra a injustiça, a opressão e a miséria, nomeadamente, no tocante à causa da Palestina, face à qual sempre demonstrou  interesse  e generosidade, sendo uma das personalidades mundiais que subscreveu a criação do Tribunal Russell sobre a Palestina.

Estou certo que a sua Fundação zelará pelo seu legado, para que continuemos a fruir da sua sabedoria. Espero que possa reunir o seu espólio, de forma mais profunda e alargada possível e que o coloque acessível a todos através da Internet. (Obviamente não me estou a referir a materiais que sejam sujeitos de direitos de autor e que por isso sejam um justo suporte financeiro para a sua  Família e da sua Fundação.)

17 junho, 2010

Quem é mais pernicioso que um menino da yeshiva? Uma crónica de Gideon Levy

Who's more harmful than a yeshiva boy? - Haaretz Daily Newspaper | Israel News

Antes do artigo algumas definições:

Yeshiva: Escola onde se estudam os textos sagrados do judaísmo, principalmente o Talmude

Haredi - Qualquer das várias seitas do judaísmo ortodoxo que rejeitam a cultura secular moderna e muitas das quais não reconhecem a autoridade do Estado de Israel.

Mizrahim - Judeus que nunca saíram do Médio Oriente e Norte da África desde o início do povo judeu, há 4.000 anos atrás.

Ashkenazim - Termo utilizado para definir primeiramente, os judeus cuja ancestralidade se situava na Alemanha medieval, no norte de França Actualmente judeus provenientes da Europa Central. (Neste caso a questão é muito mais complexa e abrangente pelo que mais do que uma definição, é uma indicação)

Gideon Levy faz a comparação entre dois grupos sociais de Israel e o seu impacto na sociedade israelita: os colonos e os judeus ultra-ortodoxos.

"A semelhança é impressionante: dois grupos de população insular e arrogante, diferentes e às vezes peculiares, minorias poderosas com líderes autoritários, ambos com as suas próprias leis e normas. Os colonos e os ultra-ortodoxos - o primeiro grupo ultrapassa os 300.000 indivíduos, sem contar com os colonos de Jerusalém Oriental, e os últimos cerca de 700.000, incluindo os colonos Haredi.

No Israel de 2010, estes são os dois mais energéticos e determinados grupos entre a complacente e sonolenta população judaica. Ambos causam danos ruinosos para o estado, e ambos custam vastas quantidades de dinheiro. E, vejam só, enquanto a campanha contra os judeus ortodoxos está ganhando força - uma campanha que está apenas no princípio, mas é acompanhado pelo feio ódio e o racismo - a atitude para com os colonos oscila entre a apatia e a simpatia, e até mesmo a compaixão.

Compaixão? Um membro da comissão que investiga como Israel tratou os evacuados da retirada de Gaza, Yedidya Stern,  descreveu-os, esta semana, como nada menos do que as vítimas "da mais grave violação dos direitos humanos na história do Estado de Israel." Não os pobres de Israel, não os imigrantes que foram despejados nas cidades em desenvolvimento, não as crianças em risco, não os filhos dos trabalhadores migrantes, não os árabes que foram expulsos em 1948 e 1967, e não os palestinos sob ocupação, mas os colonos que foram evacuados e compensados, isto de acordo com o código ético notável do Prof. Stern.

Ao contrário dos colonos, os Haredim são um alvo fácil. Não há maior consenso na sociedade israelita secular do que no ódio por eles. Criticar os colonos é controverso, tem um preço e é preciso coragem. Políticos populistas construíram carreiras na propagação do ódio ao Haredim, mas é o juiz, em vez de dos líderes do país que estão tomando a liderança em mudar as normas que lhes digam respeito.

Sem terem feito qualquer tentativa anterior de se aproximarem deles, são os tribunais, que estabelecem uma decisão atrás de outra. O Supremo Tribunal decidiu que as bolsas financiadas pelo Estado para os estudantes das yeshiva são injustas;  decretou que há racismo intolerável em Immanuel [é um pequeno colonato na Cisjordânia ocupada, onde a população é maioritariamente ultra-ortodoxa e onde se manifestou, a nível escolar, um movimento segregacionista entre Ashkenazim e Mizrahim]; e o exército quer recrutar milhares de estudantes das yeshiva. Todas estas decisões foram justas e eram inevitáveis, mas e a condenação sobre o outro grupo recalcitrante?

De acordo com o movimento Peace Now, os colonos custam NIS 2,5 bilhões por ano. Para quê? Pelos seus esforços em contrariar todas as perspectivas de paz. Isso não é mais prejudicial do que um menino da yeshiva? Isso não é mais perigoso do que um estudante da Torah?

Os Haredim Ashkenazim tratam os Mizrahim de forma abominável. É racismo. Mas pelo menos não é violento, como o racismo dos colonos para com os palestinos. Os Haredim colocam as mulheres na parte de trás do autocarro; os colonos não só barram a entrada de palestinos nos seus autocarros, mas às vezes de toda a estrada. Os Haredim erguem barreiras entre Ashkenazim e Mizrahim nas suas escolas; os colonos realizam limpeza étnica sob a égide do estado, como o de 25 mil residentes de Hebron.

Então, quem é o verdadeiro racista aqui? Comparado com os jovens colonos dos morros [os colonatos israelitas são edificados nas zonas mais altas por forma a terem um maior controlo sob a região à sua volta], os meninos da yeshiva são modelos de moralidade. Mas quem recebe a punição? Os Haredi, claro. Quando é que os tribunais se declaram contra o racismo dos colonos como o têm feito contra o racismo Haredi? Mas eles próprios mantêm sistemas diferentes para penalizar os judeus e os árabes.

Quando vamos ouvir falar dos milhares de postos de serviço civil fictícios exercidos pelos colonos - um oficial de segurança assalariado em cada casa móvel - da mesma maneira que ouvimos sobre os parasitas Haredi?

E o que dizer dos milhares de soldados que têm de guardar os colonos, das estradas supérfluas que foram construídas para servi-los, da electricidade e do abastecimento de água para os postos avançados ilegais? Tudo, tudo, pago por nós, mais do que nós pagamos para o estudo da Torá como uma ocupação Haredi.

Então, vamos chamar esse mal pelo seu verdadeiro nome: um duplo padrão [dois pesos e duas medidas]. Covardia também serve."

Gush Shalom e a Comissão Turkel

Posição do Gush Shalom a ser publicada amanhã no Haaretz, como anúncio pago.


Apenas
Uma comissão de inquérito judicial
Independente do governo
Com poderes para interrogar
Todos os envolvidos -
De Netanyahu e Barak
Até ao último comando -
Será credível
Para os israelitas e

Para a opinião pública internacional.

Por isso o
Gush Shalom pediu
Ao Supremo Tribunal
Para dissolver
A comissão Turkel
E nomear um
Comité Judicial.

Posição da OLP sobre a afirmação de Israel de que irá aliviar o cerco a Gaza

You can find the original version in English after the Portuguese version.
Recebemos hoje às 11:11, do Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina o seguinte comunicado de imprensa que traduzimos. :

O responsável pelo Departamento de Negociações da Organização para a Libertação da Palestina, Dr. Saeb Erekat, declarou hoje que''o voto da Comissão de Segurança do governo israelita para facilitar o bloqueio por terra da Faixa de Gaza não é suficiente.''

''Com esta decisão, Israel tenta fazer parecer que tem facilitado o bloqueio nestes quatro anos e as ainda mais antigas restrições de acesso e circulação impostas à população de Gaza. Na realidade, o cerco à Faixa de Gaza, ilegalmente imposto aos palestinos, continua persistente.''

''O facto é que o cerco contra 1,5 milhões de pessoas na Faixa de Gaza continua. Ou Israel levanta o cerco totalmente ou continua a violar o direito internacional e os princípios morais. “·

"Israel tem usado a chamada lista "branca" dos apenas 114 itens permitidos de entrar na Faixa de Gaza. As necessidades básicas dos palestinos exigem pelo menos 8.000 itens básicos que continuam proibidos. Estes incluem materiais essenciais para a reconstrução e para o tratamento de águas residuais para garantir os padrões de vida mais elementares.'' Acrescentou que "durante os três primeiros meses de 2007, 36.000 caminhões entraram na Faixa de Gaza em comparação a 3.600 caminhões que foram autorizados a entrar nos três primeiros meses de 2010. Hoje, 90% da população civil da Faixa de Gaza depende do Programa Mundial de Alimentação (UN WFP) a da Agência de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas (UN RWA).''

O Dr. Erekat afirmou que o presidente palestino, Mahmoud Abbas tem apelado constantemente aos líderes mundiais para conduzirem um levantamento completo do cerco israelita.

O Dr. Erekat concluiu apelando à comunidade internacional ''para tomar medidas imediatas e eficazes para de forma conclusiva pôr fim do cerco à Faixa de Gaza e acabar com a ocupação da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e da Faixa de Gaza. A Faixa de Gaza continua a ser ocupada por Israel e o cerco da potência ocupante constitui punição colectiva contra a população civil da Faixa. É tempo de a comunidade internacional tomar medidas concretas para acabar com o cerco israelita de Gaza de uma vez por todas. "

OLP Press Release - Comunicado de Imprensa da OLP

For Immediate Release

June 17, 2010

Negotiations Affairs Department
Palestine Liberation Organization

 Dr. Erakat on Israel’s claim that it will ease the siege on Gaza


Chief Palestinian Negotiator Dr. Saeb Erakat said today that ‘‘the Israeli security cabinet vote to ease its land blockade of the Gaza Strip is not sufficient.’’

‘‘With this decision, Israel attempts to make it appear that it has eased its four-year blockade and its even longer-standing access and movement restrictions imposed on the population of Gaza.  In reality, the siege of the Gaza Strip, illegally imposed on Palestinians continues unabated.’’

‘‘The facts are that a siege against 1.5 million people in the Gaza Strip continues. Either Israel lifts the siege completely or it continues to violate international law and basic morality.”

“Israel has used a so-called “white” list of  only 114 items allowed into the Gaza Strip.  Palestinian basic needs requires at least 8,000 basic items that continue to be prohibited.  These include essential materials for rebuilding and for waste-water treatment for the most basic living standards.’’  He added that “during the first three months of 2007 36,000 trucks entered the Gaza Strip compared to 3,600 trucks that have been permitted to enter during the first three months of 2010. Today, 90% of the Gaza Strip’s civilian population relies on the World Food Organization and the United Nations Relief Works Agency.’’

Dr. Erakat stated that Palestinian President Mahmoud Abbas is constantly calling on world leaders to bring about a complete lifting of the Israeli siege. 

Dr. Erakat concluded by calling on the international community ‘‘to take immediate and effective actions to conclusively end the siege on the Gaza Strip, and end the occupation of the West Bank, including East Jerusalem, and the Gaza Strip. The Gaza Strip remains occupied by Israel and the occupying power’s siege constitutes collective punishment against the Strip’s civilian population. It is time for the international community to take real action to end the Israeli siege of Gaza once and for all.”

Se isto é um homem

Powered By: VideoBuzz


Se questo è un uomo

Voi che vivete sicuri
Nelle vostre tiepide case,
Voi che trovate tornando a sera
Il cibo caldo e visi amici:
Considerate se questo è un uomo
Che lavora nel fango
Che non conosce pace
Che lotta per mezzo pane
Che muore per un sì o per un no.
Considerate se questa è una donna,
Senza capelli e senza nome
Senza più forza di ricordare
Vuoti gli occhi e freddo il grembo.
Come una rana d’inverno
Meditate che questo è stato:
Vi comando queste parole:
Scolpitele nel vostro cuore
Stando in casa andando per via,
Coricandovi alzandovi;
Ripetetele ai vostri figli.
O vi si sfaccia la casa,
La malattia vi impedisca,
I vostri nati torcano il viso da voi.

Tradução não profissional para português. Sugestões de melhoria aceitam-se.

Vós que viveis seguros
Nas vossas casas aquecidas,
Que encontram, ao regressar pela tarde
Comida quente e rostos amigos:

Considerem se este é um homem
Que trabalha na lama
Que não conhece a paz
Que luta pela metade de um pão
Que morre por um sim ou por um não.

Considerem se esta é uma mulher,
Sem cabelo e sem nome
Sem forças para recordar
Vazio o olhar e frio o regaço.
Como uma rã invernal.

Meditai no que aconteceu:
Lembrem-se destas palavras.
Gravai-as nos vossos corações
Em casa descendo a rua,
Ao deitar ao levantar;
Repitam-nas aos vossos filhos.
Ou que a vossa casa se desfaça
A doença vos tolha,
Os vossos descendentes vos voltem a cara.

Unesco condena assassinato de jornalista turco

Segundo informa a Rádio ONU, a directora-geral da UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova, condenou o assassinato do jornalista turco Cevdet Kılıçlar, que se encontrava a bordo do navio turco Mavi Marmara interceptado por militares israelitas quando seguia para Gaza. Na ocasião um cineasta indonésio também ficou ferido.

Irina Bokova pediu para que os factos sobre o assassinato do jornalista turco durante o incidente sejam esclarecidos e ainda o respeito pelos direitos dos media na cobertura da situação em Gaza, recordando que as autoridades tem a responsabilidade de permitir que os jornalistas exerçam a sua profissão.

Irina Bokova citou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que prevê a liberdade de expressão, e outros acordos internacionais sobre o estatuto dos jornalistas em zonas de conflito.

A directora-geral da UNESCO destacou que a liberdade de expressão e o acesso à informação são essenciais se a paz, a democracia e o Estado de Direito tiverem uma oportunidade em Gaza.

Assembleia Regional dos Açores condena ataque de Israel a frota de ajuda humanitária a Gaza

AZORESdigital - Assembleia Regional dos Açores condena ataque de Israel a frota de ajuda humanitária para Faixa de Gaza

Segundo o AZORESdigital, o voto de protesto foi aprovado por maioria, tendo recebido os votos contra do CDS-PP e a abstenção do PPM.

Siga o link e leia toda a notícia produzida por José Garcia.

Patriarca Latino de Jerusalém pediu o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.

Nenhum povo tem de ser sujeito a uma situação desta natureza, afirma Mons. Fouad Twal.

O Patriarca Latino de Jerusalém pediu esta terça-feira, segundo a Rádio Renascença, o fim do bloqueio israelita à Faixa de Gaza.

o Patriarca Fouad Twal, numa entrevista à revista da Caritas Internacional, diz que nenhum povo tem de ser sujeito a uma situação desta natureza.

O prelado considera que a ocupação israelita dos territórios palestinos impede os católicos de terem uma vida normal ou de se deslocarem livremente para o trabalho, o hospital ou a igreja, como acontece com toda a gente.

“Na Faixa de Gaza os problemas são vastos, há muitas pessoas marcadas pela guerra e muitas casas estão destruídas”, afirma o Patriarca.

Gabinete de segurança israelita analisa como "suavizar" bloqueio a Gaza

AFP: Gabinete de segurança israelense examina suavizar bloqueio a Gaza

Como já ontem tinha referido no post "Blair saudou acordo com Netanyahu para aliviar bloqueio a Gaza" o plano gizado por Tony Blair e Benjamim Netanyahu iria ser hoje analisado na Comissão Ministerial de Segurança do governo israelita.

Neste despacho da agência France Press (AFP), citando uma rádio pública israelita, confirma aquela informação mas acrescenta que um porta-voz do primeiro-ministro israelense indicou que, hoje, não será anunciada qualquer medida oficial.

A AFP diz ainda que pouco antes "... Netanyahu enfatizara que o bloqueio marítimo a Gaza continuará em vigor, pois, segundo ele, se trata de uma medida indispensável para impedir que Gaza se "converta num porto iraniano" pelo qual transitem armas.".

Como podem verificar Netanyahu continua a utilizar o Irão como o grande "papão" para justificar o injustificável.

16 junho, 2010

Blair saudou acordo com Netanyahu para aliviar bloqueio a Gaza

Blair hails deal with Netanyahu to ease Gaza blockade - Haaretz Daily Newspaper | Israel News

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair declarou que "o plano irá permitir-nos manter as armas e material de guerra fora de Gaza, mas por outro lado, ajudará a população palestina".

Tony Blair, o enviado especial do Quarteto (EUA, Rússia, UE e ONU) para o Médio Oriente, saudou, esta terça-feira, a expectável aprovação pelo governo israelita de um plano para aliviar o bloqueio à Faixa de Gaza e permitir que mais ajuda entre no território como "um passo muito importante."

O plano, que foi formulado em conjunto por Tony Blair e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, provavelmente, será apresentado ao governo para aprovação nesta quarta-feira.

Para ler o restante artigo (em inglês) siga o link acima indicado.

O Governo de Netanyahu está em risco quer a nível internacional quer a nível nacional. Então surge o valente membro do Quarteto, a conciliar um planozinho de salvação para Netanyahu e de caridadezinha para os sitiados palestinianos.

Os sitiados continuarão sitiados, e a morrer sobre as agressões israelitas, se saem à pesca ou se vão trabalhar a terra, a sua terra, ou se... vão a passar, só que porventura morrerão mais bem alimentados e cuidados, e Israel continuará a tripudiar sobre as leis internacionais e humanitárias, como até aqui.

Nos 70 anos de Auschwitz e no terceiro ano do bloqueio definitivo à Faixa de Gaza, há que saudar o Quarteto por se mostrar um bom aluno da máxima: “é preciso que as coisas mudem para que permanecem como estão”.

Editorial do Haaretz: Nem comissão, nem inquérito

Neither commission nor inquiry - Haaretz Daily Newspaper | Israel News

Tradução do editorial do jornal israelita de referência Haaretz, de 15 de Junho de 2010

A comissão, cuja composição e autoridade são percebidos como predeterminados será incapaz de satisfazer os líderes internacionais e os seus eleitores, que exigiam o inquérito, em primeiro lugar.

O governo [de Netanyahu] autorizou ontem a criação de uma comissão independente para examinar os acontecimentos que rodearam o ataque a flotilha com destino a Gaza no mês passado. Infelizmente, nem os membros da comissão, nem a sua autoridade são adequados para enfrentar os desafios colocados pelo caso.

A comissão deveria ter sido convidada a analisar os fatos e a responsabilizar aqueles que causaram que o incidente terminasse como terminou, permitindo assim que os israelitas e o seu governo aplicassem as lições que precisam ser aprendidas. Em vez disso, o gabinete criou um júri destinado a apaziguar o mundo, em particular os Estados Unidos. A sua autoridade é demasiado limitada para conduzir uma autêntica investigação, e a sua composição levanta a suspeita de que foi projectada mais como uma ferramenta de relações públicas do que para propriamente analisar os acontecimentos e revelar os responsáveis.

Um júri que não é uma comissão estatal de inquérito não será capaz de apresentar à justiça aqueles que forem considerados responsáveis pelas falhas da operação.

E não importa quanto possam ser considerados os membros da comissão, todos têm estado há décadas longe dos acontecimentos, tanto militares, como governamentais, e, portanto, não serão capazes de chegar às necessárias conclusões. A observação feita pelo presidente da Comissão, Jacob Turkel, antes da sua nomeação, de que certas pessoas não devem ser implicadas, levanta uma interrogação sobre se foi escolhido justamente por causa dessa observação.

Ter parado a flotilha já causou danos políticos imensos a Israel. Impedir uma investigação autêntica, nomeando uma comissão com poderes tão limitados é susceptível de causar danos ainda maiores não só para a imagem de Israel no exterior, mas também à sua capacidade para evitar imbróglios semelhantes no futuro.

É difícil acreditar que a comissão recém-nomeada, mesmo incluindo dois observadores internacionais, irá convencer o mundo de que Israel está investigando seriamente as falhas operacionais do ataque.

O governo teve a oportunidade de tentar controlar os danos que trouxe sobre si mesmo através da realização de uma investigação ousada e abrangente. Ontem, o governo perdeu essa oportunidade. O estranho híbrido que surgiu em seu lugar - quer quanto à sua intrigante composição, quer pelo fraco mandato - é um mau presságio para Israel.

A comissão, cuja composição e autoridade são percebidos como predeterminados será incapaz de satisfazer os líderes internacionais e os seus eleitores, que exigiam o inquérito, em primeiro lugar. Teria sido melhor, portanto, que a comissão Turkel nunca tivesse nascido, poupando-nos a aparência enganosa de uma autêntica investigação.

15 junho, 2010

Sondagem: 65% dos israelitas judeus critica indirectamente Obama; 55% acredita que uma solução de dois Estados é essencial

Poll: Jewish Organizations Need To Support Israeli Government Policies - B'nai B'rith International - The Global Voice of the Jewish Community

De acordo com uma sondagem encomendada pela B'nai B'rith International - The Global Voice of the Jewish Community 65% dos inquiridos optaram pela posição que declarava que os Americanos-Judeus devem criticar as politicas do Presidente Obama no tocante a Israel, enquanto apenas 12% responderam que os Americanos-Judeus devem apoiar as políticas sobre Israel do seu Presidente.

Este é um dos resultados obtidos pelo 5.º Inquérito anual sobre as Atitudes Contemporâneas dos Israelitas [judeus] face à Comunidade Judaica Internacional. A sondagem foi conduzida pela KEEVOON Research, em nome do B'nai B'rith World Center, em Jerusalém, sobre temas actuais, tais como, os sentimentos dos israelitas [judeus] para com os judeus da Diáspora.

Esta sondagem foi conduzida pelo telefone, entre 1 e 4 de Junho p.f. para um universo definido como "representantes da população israelita judaica com mais de 18 anos" - o que deixa cerca de 20% da população de Israel de fora. Foram realizadas 500 entrevistas e a margem de erro declarada é de mais ou menos de 4,5%.

De acordo com o censo de 2008, existiam 7,243,600 indivíduos residentes em Israel, dos quais 75,6 % se declaram judeus, 20% árabes e 4,4% adoptaram por outras denominações.

Assim para um universo de 5.476.161 unidades, uma sondagem de 500 telefonemas parece-me curto, para ser totalmente credível.  No entanto aqui fica o registo bastando seguir os links para saber mais (em inglês).

Apenas mais três resultados que eu entendo relevantes:

A maioria dos inquiridos (54 por cento) entendem que as organizações de judeus que defendem Israel junto de governos estrangeiros e que se reclamam "pro-Israel" devem apoiar sempre as políticas do governo [israelita], enquanto 28 por cento entendem que não.

A sondagem também revelou que 56% dos inquiridos não concordam com a petição "Apelo à razão" lançada por uma nova organização europeia JCall [European Jewish Call for Reason], em que se afirma que o apoio inequívoco da política do governo israelita pela diáspora judaica não é no melhor interesse do país, enquanto 30% concordam com esse apelo.

No entanto 55% dos inquiridos acreditam que uma solução de dois Estados é essencial para a sobrevivência de Israel como pátria dos judeus e de uma democracia próspera. Estes 55% representam o total dos que concordam fortemente e dos que concordam só um pouco, e que se dividiram quase igualmente pelas duas posições. Apenas 36 por cento dos inquiridos discordavam.

Para ver uma apresentação em PowerPoint da sondagem siga este link.