Ontem, num intervalo de um telejornal das 20:00 deparei-me com um anúncio institucional da Companhia Carris de Ferro de Lisboa.
Nada a dizer sobre o anúncio que está interessante mas antes da sua necessidade e de onde vem o dinheiro para o pagar.
Tecnicamente não vejo razão para um tal anúncio.
Todos "conhecemos" a Carris, os serviços que presta e penso até que a sua imagem, em termos dos utentes, é suficientemente boa.
Não conheço qualquer drástica alteração nos seus valores ou nas suas políticas, que necessitasse de um tal esforço e tive o cuidado de verificar o site da empresa, confirmando-o, antes de escrever este post.
Assim é um custo que não tem qualquer justificação operacional
Financeiramente A Carris apesar de a actual Administração ter apresentado, em 2008, (ainda não consta o relatório e contas de 2009), resultados de exploração positivos - 2,2 milhões de euros - e tudo levar a crer que tenha mantido essa tendência em 2009, o certo é que encerrou 2008 com prejuízos de 17,3 milhões de euros, e para 2009 não diviso melhoras, dado o elevado serviço de dívida que mantêm e cuja responsabikidade de resolução, desde há muitos e sucessivos governos, cabe à tutela.
Só de juros pagou em 2008 mais de 34 milhões de euros.
(Ou seja, um valor que representa cerca de 80% das poupanças previstas pela alteração do limite máximo do valor do subsídio de desemprego).
Ora como a Companhia Carris de Ferro de Lisboa é uma empresa pública, seria bom que a sua Administração tivesse em conta a actual situação de crise, em que aparentemente todos vivemos procedendo a uma imediata revisão do seu orçamento e congelando todos os projectos que não tivessem um impacto operacional e/ou financeiro positivo no seu Plano de Negócios.
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