Sexo, Padres e Códigos Secretos - 2.000 anos de abuso sexual na Igreja Católica
NÃO É UM LIVRO DE ESCÂNDALO, antes um trabalho realizado com rigor académico e largamente fundamentado e documentado.
Este ensaio datado de 2006 - e já publicado em Portugal pela Occidentalis - vem levantar a cortina, do cúmplice e insidioso silêncio da hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) que, desde tempos imemoriais, tem procurado envolver numa concha esta realidade.
Entendi usar o subtítulo do ensaio “Sexo, Padres e Códigos Secretos” porque nele se define claramente a amplitude de um fenómeno que não é novo, nem mais localizado aqui ou ali, como o português mais distraído poderia pensar ao tomar conhecimento pela Comunicação Social, dos inúmeros casos de pedofilia que tem vindo a surgir.
É uma obra triste mas por ser verdadeira é também uma obra de esperança.
Os autores são três católicos:
- Frei Thomas P. Doyle, padre dominicano, é doutorado em Direito Canónico.
É, actualmente, consultor jurídico em processos de abuso sexual, que envolvem a Igreja e que decorrem em tribunais de todo o mundo.
Entrevistou mais de duas mil vítimas de abuso sexual apenas nos Estados Unidos e luta tanto pelos seus direitos, como pelos direitos dos abusadores perante a justiça.
Em Abril de 2008, foi proibido pelo Arcebispo Raymond L. Burke, de representar legalmente quem quer que seja, em qualquer instância jurídica da ICAR, na Arquidiocese de St. Louis.
- W. Richard Sipe foi monge beneditino durante 18 anos e especializou-se em problemas de saúde mental, sendo psicoterapeuta.
Desde 1992 foi consultor e testemunha pericial em mais de 200 processos de abuso sexual de menores por parte de clérigos.
- Patrick J. Wall foi padre beneditino entre 1988 e1998. Estudou Teologia, Ciência Política e Direito Canónico.
Foi conselheiro em mais de 200 casos de abuso sexual por parte de padres.
Voltando às notícias que deram lugar a este apontamento e tendo em consideração os relatos deste ensaio, cedo concluímos que sempre houve um enorme esforço para impedir que toda a verdade fosse revelada, e para livrar a ICAR da obrigação de apresentar documentação e dar testemunho, que poderia vir a incrimina-la de forma ainda mais gravosa.
Ou seja, a hierarquia da ICAR só pelo avolumar dos escândalos foi forçada a abandonar a estratégia do silêncio para finalmente admitir os factos, com toda a sua dimensão de horror.
É por isso que neste livro, cuja leitura recomendamos, se inscreve a seguinte dedicatória:
“A todo o povo de Deus, traído ou abusado por aqueles que deviam protegê-lo e confortá-lo. E àqueles que se mantém fieis ao exemplo de Cristo.”
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