Neste artigo assinado por Gonçalo Venâncio, informa-se que o Major-General Gabi Ashkenazi, chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), defendeu ontem perante o comité Turkel, - um comité nomeado pelo governo de Israel para tentar tapar o Sol com a peneira e fugir às suas responsabilidades de responder perante uma comissão de investigação internacional independente - a legitimidade do raide israelita à Frota da Liberdade, embora tenha reconhecido erros de avaliação na abordagem das tropas de elite ao Mavi Marmara.
Ashkenazi de acordo com as declarações que o Ionline apresenta como suas é mentiroso.
Para camuflar as responsabilidades do governo israelita e as suas na operação ilegítima e criminosa, contra a Flotilha da Liberdade que se dirigia à Faixa de Gaza, transportando ajuda humanitária, passa um atestado de incompetência à comunidade dos serviços de informações israelitas, que agora servem de bode expiatório e, ao mesmo tempo, ao seu Estado Maior e às suas Forças Especiais, quer no tocante à doutrina, quer ao planeamento da operação, quer ao treino.
Quem seguiu a preparação da Freedom Flotilla sabia que o Mavi Marmara levava cerca de 600 passageiros. Ashkenazi afirma que o seu erro "... foi ter pensado que estavam dez ou 15 pessoas no navio"
Estou certo que a Mossad até terá fornecido informação mais detalhada do que uma simples lista de passageiros e a Direcção dos Serviços de Informação Militar tem-se mostrado suficientemente competente para, neste caso, não ter feito o seu trabalho.
Assim quem planeou a operação tinha todos os dados necessários para prever o curso dos acontecimentos e tempo necessário para preparar e treinar os habituais planos de contingência.
O major-general Ashkenazi até no plano técnico é trapalhão quando, de acordo com o artigo do Ionline, afirma que: "Deveríamos ter usado armas de precisão"
As armas das Forças Especiais já são de uma certa precisão. E as armas de precisão não são possíveis de utilizar numa abordagem pois requerem posições fixas de fogo... senão lá se vai a precisão.
O Ionline esqueceu-se de referir o falhanço político do objectivo que o governo de Israel pretendia atingir com o comité Turquel: afastar um inquérito internacional independente.
De facto o Conselho dos Direitos Humanos da ONU nomeou uma comissão de inquérito internacional independente, de peritos, ao ataque israelita ao comboio naval de ajuda humanitária, em 23 de Julho, face à inacção do secretário-geral Ban Ki-moon, que ia dilatando no tempo a sua obrigação de nomear a comissão de inquérito a que estava obrigado por deliberação do Conselho de Segurança.
Entretanto esta decisão "obrigou" Ban, para "controlar" o processo a finalmente nomear uma nova comissão, chefiada pelo primeiro ministro neozelandês Geoffrey Palmer, a que Israel forçadamente aderiu para tentar evitar um "mal maior" tipo "Relatório Goldstone".
Esta comissão "política" é composta, para além de Palmer, por Álvaro Uribe, ex-presidente da Colômbia, como vice-presidente, e por um representante da Turquia e outro de Israel.
Em meu entendimento esta comissão, desde logo pela sua composição, não atingirá o objectivo a que se propôs: a descoberta da verdade sobre o ataque israelita de 31 de Maio ao comboio de navios transportando ajuda humanitária para a faixa de Gaza, onde se destaca a abordagem em águas internacionais, ao navio mercante de pavilhão turco Mavi Marmara, donde resultou a morte de 9 civis e ferimentos em dezenas de outros.
Na oportunidade chamo a vossa atenção para uma crónica de Uri Avnery de 6 de Julho de 2009, sobre a conduta ética e moral das Forças Armadas israelitas
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