O director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA), Yukiya Amano, iniciou ontem a sua primeira visita a Israel desde que assumiu o cargo, em Dezembro de 2009, informa a edição digital do diário Haaretz.
Segundo o jornal, a viagem tem como objectivo melhorar as relações entre a agência nuclear das Nações Unidas e Israel, [e, espero eu, para iniciar uma maior supervisão aos programas nucleares, civil e militar,de Israel pela IAEA]. Israel não confirma ou desmente oficialmente o tamanho do seu arsenal nuclear, estimado em cerca de 300 ogivas.
O anterior presidente da IAEA, o egípcio Mohamed El Baradei, durante os seus mandatos, 12 anos no total, só visitou duas vezes Israel e uma delas com carácter privado.
Yukiya Amano reunirá com o presidente israelita, Shimon Peres, e com os vice primeiro-ministros e ministros dos Assuntos Estratégicos, Moshe Yaalon, e dos Serviços de Informação e da Energia atómica, Dan Meridor; e com o director da Agência Israelita para a Energia Atómica, Shaul Horev, que foi quem lhe endereçou o convite para esta visita [o interesse oficial em afirmar que é esta visita é fruto de um convite e não do cumprimento de uma obrigação de prestar contas à IAEA, situação que começa a ser insustentável a nível internacional].
Amano não se reunirá com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que está de férias, segundo o Haaretz.
A visita de Amano tem como pano de fundo o progresso do plano nuclear iraniano, que Israel encara como uma ameaça à sua existência, [a versão oficial e que Israel pretende dar maior enfase por motivos de e a preparação de uma reunião geral da AIEA na qual os países árabes querem discutir o programa nuclear israelita e a sua recusa em assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Em Maio, a conferência de revisão do TNP apelou, no seu documento final - adoptado por consenso pelos 189 signatários do tratado - a Israel que se juntasse ao tratado e convocou uma conferência a realizar em 2012 com o objectivo de criar uma zona livre de armas nucleares no Médio Oriente.
Netanyahu classificou então o texto como "profundamente erróneo e hipócrita".
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