Recordemos para que nunca mais se repita.
Recordemos todos os que pereceram nos campos de extermínio em nome da loucura e da miséria moral nazi.
Recordemos os números do absurdo:
- 6 a 7 milhões de polacos, dos quais 3 a 3,5 milhões de polacos judeus
- 5,6 a 6,1 milhões de judeus, dos quais 3 a 3,5 milhões de judeus polacos
- 3,5 a 6 milhões de outros civis eslavos
- 2,5 a 4 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos
- 1 a 1,5 milhões de dissidentes políticos com destaque para os comunistas
- 200 a 800 mil ciganos (roma e sinti)
- 200 a 300 mil deficientes
- 10 a 25 mil homossexuais
- 2,5 a 5 mil Testemunhas de Jeová
E neste dia tenhamos presente que em 9 de dezembro de 1948, as Nações Unidas aprovaram a Convenção para a Prevenção e Punição de Crimes de Genocídio. Esta Convenção estabeleceu o "genocídio" como crime de carácter internacional, e as nações signatárias da mesma comprometeram-se a "efectivar acções para evitá-lo e puní-lo", definindo-o assim:
Por genocídio entende-se quaisquer dos actos abaixo relacionados, cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial, ou religioso, tais como:
(a) Assassinato de membros do grupo;
(b) Causar danos à integridade física ou mental de membros do grupo;
(c) Impor deliberadamente ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição física total ou parcial;
(d) Impor medidas que impeçam a reprodução física dos membros do grupo;
(e) Transferir à força crianças de um grupo para outro.
E reflictamos sobre os genocídios que ocorrem durante a nossa guarda.
E neste dia de memória que o véu da hipocrisia se descerre e mostre em toda a sua miséria o holocausto que decorre na... PALESTINA!
"Os Filhos... e os Meus Filhos"
Os filhos nascem
recebem-nos no berço
os nomes escolhidos
na árvore genealógica
dos respeitáveis antepassados
Recembem-nos os programas de poupança
a visão distante do futuro
e o aroma da canela fervida
no lume do desejo
Recebem-nos os aniversários
as festas
e os fatos novos
Os meus filhos nascem
recebem-nos as lágrimas do amor
o arrepio do medo
À porta da maternidade
esperam-nos
os olhos dos cães raivosos
esperam-nos as matracas da polícia
esperam-nos
os programas da liquidação física
e da visão distante da morte
Os meus filhos nascem
e com eles nascem
as bombas de fósforo
com seus clarões espantosos
como os fogos de arifício
do carnaval
Os meus filhos nascem
com seus pequenos caixões
Samih Al-Quassim
in Pequena antologia da Poesia Palestiniana Comtemporânea
Tradução de Albano Martins
Sem comentários:
Enviar um comentário