04 novembro, 2011

Uma notícia que não é notícia…

Paris, Londres e Berlim põem a Palestina a andar para trás na ONU - Mundo - PUBLICO.PT

Penso que todos os observadores mais ao menos atentos já saberiam que tendencialmente – digo assim porque “até ao lavar dos cestos é vindima” – a Alemanha, a Colômbia, os EUA, a França (apesar do zig-zag na Unesco), Reino Unido e Portugal, irão votar contra ou quanto muito, no caso de Portugal, abster-se de tomar posição.

A novidade seria se outros 9 (NOVE) países com assento no Conselho de Segurança e que já reconheceram a Palestina - nas datas indicadas entre parenteses - votassem contra, a saber:
Africa do Sul (1995.02.15), Bósnia Herzegovina (1992.05.27), Brasil (2010.12.01), China (1988.11.20), Gabão (1988.12.12), Índia (1988.11.18), Líbano (2008.12.30) e Nigéria (1988.11.18) e a Rússia (1988.11.19).

O que remeterá a decisão final para a AG da ONU.

Aliás a AG da ONU é que deverá ser o lugar próprio para dirimir tais questões, nomeadamente à luz da Resolução 377 A, - resolução "Unir para a Paz” - adoptada em 3 de Novembro de 1950, que decidiu que, em todos os casos em que o Conselho de Segurança, por causa da falta de unanimidade entre os seus cinco membros permanentes, (é o caso: EUA, França e Reino Unido, pelo Não e Rússia e China pelo Sim) não agir conforme o necessário para manter a paz e a segurança internacionais, a AG delibera sobre o assunto imediatamente e poderá emitir as recomendações que julgue necessárias a fim de restaurar a paz e a segurança internacionais. Se não estiver em sessão nesse momento a Assembleia Geral pode reunir-se usando o mecanismo da sessão especial de emergência

Transcrevo ainda 3 comentários de leitores do Público que penso serem úteis para avaliar o tipo de retórica e de argumentos utilizados pelo campo sionista e seus apoiantes.

1.º comentário

Parabéns a estes estados...

... que se insurgem contra a admissão na ONU de um estado terrorista! nos dias de hoje de ódio anti-USA (leia-se anti-ocidente) e anti-Israel, e ao mesmo tempo peninha dos muçulmanos é preciso coragem!... já agora: qual o problema com o sionismo? não é análogo ao palestianismo (o movimento forçado de populações muçulmanas para o espaço da antiga Palestina britânica de modo a que a divisão desta fosse favorável aos árabes)?

A verdade está documentada
As únicas movimentações forçadas na Palestina foi o êxodo dos palestinos para a diáspora, em razão da guerra de 1948 (independência de Israel) e de acções premeditadas de limpeza étnica pelo massacre de populações civis e pelo TERROR. Ler por exemplo "The Ethnic Cleansing of Palestine”, editado em 2006, do historiador de origem judaica alemã, Ilan Pappe [Nasceu em Haifa, Israel, em 1954. Prestou serviço militar e combateu na Guerra do Yom Kipur. (1973)]. 

2.º comentário

Ainda bem...

... que o mundo coninua a ser conduzido pelas ideias corretas e civilizadas do Mundo Ocidental. Como é possível que nos anos vinte do século passado, sendo a população árabe de Palestina, leia-se toda a terra de Israel, inferior a 400 mil indivíduos, seja hoje de cerca de 10 milhões? Obviamente que se trata de uma das mentiras muçulmanas, pois é sabido que, desde o Paquistão até Marrocos, qualquer um se faz passar por palestiniano. Basta ver a cor da pele de um indivíduo de Gaza e de outro da chamada Cisjordânia para se compreender que ali há algo inexplicável! Será milagre da multiplicação? Para quem seja realista, compreende que é a sua desgraça.

Há cada enganador…

No Censo obrigatório de 1922 realizado sobre Mandato Britânico, a população da Palestina era de 752.048 habitantes, com a seguinte distribuição: 589.177 muçulmanos (78,34%); 83.790 judeus (11,14%) 71.464 cristãos (9,50%) e Outros 7.617 (1.01%).

E se o leitor visitar Israel e se deparar com inúmeros fenótipos desde os loiros quase albinos até aos negros, passando por indivíduos de características semitas, não se engane a maioria são judeus.

Há quem se esqueça ou não saiba que a maioria dos judeus tem fenótipo semita que partilha com os… árabes e que a campanha de “resgate” dos falashas (judeus da Etiópia) em 1991, acrescentou mais 14.200 colonos negros a Israel. Hoje os falashas são discriminados e perderam o mediatismo… mas estão lá.

3.º comentário

Várias respostas:

... 
2) (...) a) o êxodo de palestinos para a diáspora foi forçado pelos exércitos árabes em retirada para criar a "causa palestiniana"; b) se quer ler sobre a movimentação de árabes para a palestina britânica, sob a batuta de al-Hajj Amin al-Huseini, com o intuito que referi às 16:48 leia: Yehoshua Porath - "Palestinian Arab National Movemen" e, sobretudo, Fred M. Gottheil - "The Smoking Gun: Arab Immigration into Palestine, 1922-1931"... quem é que vive em Hollywood agora?


Uma citação incorrecta

O historiador e Professor Yehoshua Porath escreveu sim "The Emergence of the Palestinian-Arab National Movement, 1918-1929, Cass (1974).



Propaganda não obrigado

The Smoking Gun: Arab Immigration into Palestine, 1922-1931, é um artigo não cientifico publicado em 2003, na revista do Middle East Forum - uma organização, sedeada em Filadélfia, EUA, que se declara "... promotora dos interesses americanos no Médio Oriente (MO) e protectora da ordem constitucional das ameaças do MO."  acrescentando “Os interesses dos EUA no MO incluem combater o Islão radical; trabalhar para a aceitação palestina de Israel; afirmar energicamente os interesses dos EUA vis-à-vis à Arábia Saudita; o desenvolvimento de estratégias para lidar com o Iraque e conter o Irã e monitoramento do avanço do islamismo na Turquia.

No plano nacional, “o Fórum combate legalmente o islamismo; protege a liberdade de expressão pública dos autores, activistas e editores anti-islâmicos…”

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