01 novembro, 2011

Facsimile do relatório da votação da Palestina na UNESCO

Neste documento encontrará os resultados, por país, da votação realizada em 31 de Outubro de 2011 sobre a admissão da Palestina como membro de pleno direito na UNESCO.

Alguns dos dados que já coligi:

1. Votos a favor: 107 ( A maioria necessária face ao número de abstenções era de 81 votos)

Destaco como pontos de interesse:
  • A votação favorável de alguns países da UE, a saber: Áustria, Bélgica, Chipre, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Malta. (11 da UE)
  • A votação da Guatemala.
Para mim um dos mais interessantes resultados foi a votação da Guatemala, recém eleita para membro não permanente do Conselho de Segurança para o biénio 2012-2013 e que é um dos poucos países latino-americanos que ainda não reconheceu o Estado da Palestina, tendo afirmado o seu Presidente Álvaro Colom, em Setembro último, que ainda estavam a analisar a posição a tomar em relação à próxima votação sobre o Estado da Palestina (na AG da ONU, pois o seu mandato no Conselho de Segurança apenas terá efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2012).
Notem que o voto a favor da Palestina, agora dado, poderá não ser replicado na próxima votação sobre a candidatura da Palestina às Nações Unidas, no entanto é uma posição a considerar e a saudar, dado que a Guatemala mantêm uma forte dependência dos EUA em termos económicos - 39,7% das exportações vs. 40,0% de bens importados e um deficite, em valor, superior a 52,5% das exportações para aquele destino (dados do 2.º semestre 2011), quer por ser a maior fonte de divisas através das remessas do cerca de milhão e meio de emigrantes gualtematecos residentes nos EUA.
Acresce dizer que Israel ainda mantêm uma certa influência nas FFAA gualtematecas, pois foi, desde 1974, um dos seus maiores fornecedores de armamento e de aconselhamento técnico de "contra-insurreição" e repressão durante parte do período de guerra civil que durou 36 anos e ensanguentou a Guatemala.
2. Votos contra - 14 a saber: Alemanha, Austrália, Canadá, Lituânia, Palaos, Panamá, Holanda, EUA, Ilhas Salomão, Israel, República Checa, Samoa, Suécia, Vanuatu. (5 da UE);


3. Abstenções - 52, a saber:

Albânia, Andorra, Bahamas, Barbados, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Burundi, Camarões, Colômbia, Libéria, México, Mónaco, Montenegro, Nauru, Nova Zelândia, Uganda, Papua-Nova Guiné, Costa do Marfim, Croácia, Dinamarca, Estónia, Macedónia, Fidji, Geórgia, Haiti, Hungria, Ilhas de Cook, Itália, Jamaica, Japão, Kiribati, Letónia, Polónia, PORTUGAL, Rep. da Coreia, Rep. da Moldávia, Roménia, Reino Unido, Ruanda, Saint-Kitts-e Nevis, São Marino, Singapura, Eslováquia, Suíça, Tailândia, Togo, Tonga, Trindade e Tobago, Tuvalu, Ucrânia, Zâmbia.(11 da UE)




1 comentário:

Maria José Aragonez disse...

PARABÉNS à UNESCO por não se deixar intimidar pelas ameaças dos E.U.A.. Lamentável a abstenção de Portugal, mas já se sabe do que a casa gasta!... Quanto ao voto contra da Alemanha, também era de esperar já que não há meio de perderem o complexo de culpa e o medo de serem apelidados de anti-semitas. Quanto ao voto contra da Suécia, francamente não esperava. Regozijo-me com o resultado final. É um grande paso para a Palestina.