Aqui fica a notícia respigada do Público.
Ataque sublinha "ameaça existencial" que o Estado hebraico enfrenta, defende vice-primeiro-ministro perante milhares de pessoas no funeral da família Fogel
O Governo israelita deu ontem luz verde para a construção de centenas de novas casas para colonos na Cisjordânia, depois do assassínio, na véspera, de um casal e três filhos no colonato de Itamar, na zona de Nablus.
Enquanto no terreno, soldados e membros dos serviços de segurança israelitas continuavam a caça ao homem, milhares de pessoas assistiram ao funeral do pai, mãe e três filhos (um de 11 anos, outro de três e um bebé de três meses), em Jerusalém. As cinco vítimas da família Fogel foram mortas à facada nas suas camas na noite de sexta-feira. Da mesma família sobreviveram três filhos.
No funeral, o vice-primeiro-ministro Moshe Ya"alon fez um breve discurso afirmando que o ataque sublinha a ameaça existencial que Israel enfrenta. "Este assassínio lembra a todos que a luta e o conflito não têm como razão as fronteiras de Israel ou a independência de uma nação reprimida, mas sim uma luta pela nossa existência", defendeu Ya"alon. "Não podemos continuar assim a falar sobre segurança quando a essência é negligenciada - a essência que é o direito de Israel ao seu território."
A polícia israelita elevou o seu estado de alerta, principalmente em Jerusalém, por temer actos de vingança contra palestinianos por parte de extremistas judeus.
A segurança foi reforçada depois de colonos em fúria terem entrado na véspera na aldeia palestiniana de Burin, perto de Nablus, atirando pedras e incendiando uma casa. O Exército interveio rapidamente para dispersar os atacantes e evitar uma escalada de violência.
Netanyahu pede "contenção"
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu aos israelitas "contenção" e apelou para que não tentem fazer "justiça pelas próprias mãos". Esse papel, sublinhou, cabe ao Exército e às forças de segurança.
Na frente política, o Governo israelita reagiu ao ataque dando luz verde para a construção de "centenas de habitações" nos colonatos da Cisjordânia.
Um comunicado do gabinete de Netanyahu refere que foram autorizadas centenas de construções em Gush Etzion, Ma"ale Adumin, Ariel e Kyriat Sefer. Estes quatro colonatos são dos mais povoados da Cisjordânia e fazem parte daqueles que o Estado hebraico quer manter num acordo de paz com os palestinianos.
O dirigente da Yesha, a principal organização de colonos, Danny Dayan, felicitou-se por "este pequeno passo na boa direcção", pedindo ao primeiro-ministro para aprovar novas autorizações de construção nos territórios ocupados da Cisjordânia.
A Autoridade Palestiniana "condenou firmemente" a decisão do Governo israelita e avisou que vai conduzir "a problemas graves". Os palestinianos vêem a construção nos colonatos como o fortalecimento de "factos no terreno" que retiram cada vez mais território a um futuro Estado. Os colonatos judaicos em território ocupado são, além disso, ilegais à luz do Direito internacional.
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