Mas lendo a notícia tenho que questionar alguns factos, que pelos vistos estão dados como provados:
Como é que as autoridades israelitas concluíram de imediato que um tal crime foi cometido por palestinos? Os judeus entre si não se matam? Ou os judeus não usam facas para matar?
A única motivação para matar será apenas o de criar "terror"? Vingança pessoal ou outra motivação, que pode ser partilhada por ambas as etnias, nem sequer são postas em causa?
Porquê que num crime de "terror" são poupadas duas crianças, uma de 4 e outra de 2 anos, que estavam em casa, enquanto um outro de 3 anos e um bebé de 3 meses foram assassinados? (Não refiro aqui a vítima de 11 anos, já que pela idade poderia ser uma "testemunha incomoda".)
Como é que num colonato, tão "fervoroso" (ortodoxo), meninas de 12 anos voltam para casa "cerca da meia-noite" estando os seus pais já deitados?
Porquê a apressada declaração de Netanyahu, quando nem se sabe quem é culpado? Só para dramatizar e para assim tentar desviar a atenção dos crimes que o seu governo comete diariamente, contra os palestinos?
Aliás noutra notícia é referido que os IDF (Forças de "Defesa" de Israel, neste caso forças de ocupação), devido ao facto de a arma do crime ter sido uma faca e não uma arma de fogo duvidam que o ataque tenha sido obra de uma operação organizada por "terroristas".
Aqui fica a notícia respigada do Público.
Uma família de colonos israelitas, um casal e os seus três filhos, foi assassinada durante um ataque atribuído a um palestiniano, durante a noite de sexta-feira, perto de Nablus.
As cinco vítimas, residentes no colonato de Itamar [colonato ilegal situado em Nablus, na Cisjordânia, território palestino ocupado], foram mortas à facada no interior da sua casa. O pai, a mães e três filhos (um de 11 anos, outro de três e um bebé de três meses) foram mortos nas suas camas, segundo os media israelitas.
Dois outros filhos, de quatro e dois anos, que estavam também em casa, não foram atacados. E uma sexta filha, de 12 anos, deparou-se com a tragédia quando chegou a casa já perto da meia-noite. Sem que alguém lhe abrisse a porta, foi com a ajuda de um vizinho que conseguiu entrar em casa para encontrar um cenário de horror.
Este ataque é o primeiro contra colonos em meses e o único com este nível de crueldade em anos, recorda o jornal "Ha'aretz". Itamar é onde vivem muitos dos colonos mais fervorosos da Cisjordânia.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exigiu ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, a punição do ou dos responsáveis pelo ataque. E avisou: "Israel vai agir vigorosamente para defender a população israelita e punir os assassinos". Tanto o exército como os serviços de segurança receberam ordens para "agir em todas as direcções para capturar os terroristas".
Do lado palestiniano, o primeiro-ministro, Salam Fayyad, condenou o crime de Itamar "exactamente como condeno os crimes contra os palestinianos" e relembrou que "rejeita categoricamente a violência" - sejam quais forem "as razões, os autores e as vítimas".
O ataque não foi reivindicado.
Um porta-voz das Brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad islâmica em Gaza, limitou-se a dizer em comunicado que "esta operação é normal porque exprime o direito de resistência contra a ocupação (israelita) e os seus crimes". [Note-se que este fala-barato, pertence à Jihad, está em Gaza e os crimes aconteceram na Cisjordânia]
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