11 dezembro, 2011

Como o "Sol" destrata os factos.

Condenações nos protestos da greve geral 'talvez seja aviso' para futuro - Sociedade - Sol

Curiosa a forma como o Sol "tratou" esta notícia.

1. Ligando a violência julgada à greve geral em título de caixa alta. Quando se sabe que a violência nada teve a ver com a greve geral, nem com a manifestação promovida pela CGTP-IN.

2. Usando as declarações do advogado António Vaz, fora do seu contexto, visando, em minha opinião, demover os timoratos a participarem em futuros eventos de protesto.

Se não vejamos:

a) Depois de as usar parcialmente no título de caixa alta "Condenações nos protestos da greve geral 'talvez seja aviso' para futuro";

b) Reforça a ideia do "aviso" sem identificar o seu autor, no primeiro paragrafo:
"O advogado de um dos detidos nos protestos ocorridos frente à Assembleia da República no dia da greve geral disse hoje que a condenação de dois arguidos poderá significar «um aviso para manifestações futuras»."

c) No segundo paragrafo identifica o autor e apenas insere o que lhe interessa destacar:
"«Talvez seja um aviso para manifestações futuras», disse aos jornalistas António Vaz, advogado de Eva Massy, de 16 anos, condenada a seis meses de prisão, com pena suspensa por um ano pelo crime de ofensa à integridade física por ter arremessado uma pedra contra os polícias."

d) E finalmente... no SEXTO paragrafo, contextualiza as declarações de António Vaz:
"O advogado de Eva Massy considerou «injustas» as penas, tendo em conta «as contradições das provas produzidas», sublinhando que o tribunal decidiu «dar credibilidade aos depoimentos contraditórios dos polícias»."


REVEJA E VERIFIQUE A DIFERENÇA:

"«Talvez seja um aviso para manifestações futuras», disse aos jornalistas António Vaz, advogado de Eva Massy, de 16 anos, condenada a seis meses de prisão, com pena suspensa por um ano pelo crime de ofensa à integridade física por ter arremessado uma pedra contra os polícias."
"O advogado de Eva Massy considerou «injustas» as penas, tendo em conta «as contradições das provas produzidas», sublinhando que o tribunal decidiu «dar credibilidade aos depoimentos contraditórios dos polícias»."

Sem comentários: