VEMO-LO PARTIR MAS A SUA MARCA
CONTINUA DISTINTA!
Stéphane Frédéric Hessel
(Berlim,
20 de Outubro de 1917 – Paris, 26 de Fevereiro de 2013)
(De origem alemã obteve
a nacionalidade francesa em 1937)
Combatente da Resistência Francesa,
devido à sua origem judia foi capturado e torturado pela Gestapo, tendo sobrevivido
aos campos de concentração nazis, de Buchenwald e Dora-Mittelbau. Diplomata e
embaixador, participou da elaboração da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948.
Escreveu o manifesto “Indignai-vos!”
e actualmente era membro do Júri do Tribunal Russell sobre a Palestina.
ALGUNS DESTAQUES:
Em 2004, juntamente com
outros ex-combatentes da Resistência, assinou a petição "Por um Tratado
de uma Europa Social" e, em Agosto
de 2006, foi um dos signatários de
um apelo contra os ataques aéreos
israelenses no Líbano. O apelo foi lançado pelo ramo francês da organização
“Judeus europeus para uma paz justa”,
foi publicado no “Libération” e noutros jornais
franceses.
Em 21 de Fevereiro de 2008, na
Place de la Republique, Hessel exigiu que o governo francês disponibilizasse os fundos
necessários para proporcionar alojamento para os sem-abrigo e denunciou a incapacidade do governo francês de dar cumprimento ao artigo 25.º da Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Em 5 de janeiro
de 2009, Hessel criticou os
ataques militares de Israel na Faixa de Gaza, dizendo: "Na
verdade, a palavra que se aplica - que
deve ser aplicada - é “crime de guerra”' e até mesmo “crime contra
a humanidade”. Mas esta palavra
deve ser usada com cuidado, especialmente quando se está em Genebra,
na sede do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, que podem ter uma opinião
importante sobre essa questão. Da minha parte, tendo visitado Gaza,
depois de ter visto os campos de
refugiados com milhares de crianças, a forma como são bombardeados surgem como um verdadeiro crime contra a humanidade. "
Em Outubro de 2010 publicou o
ensaio/manifesto “Indignai-vos!”, publicado em português em 2011, pela editora
Objectiva (ISBN: 9789896720766).
Neste manifesto, dirigido então aos
franceses, mas que rapidamente se internacionalizou, pois o diagnóstico servia
a muitos outros povos – o primeiro sinal dessa adoção foi dada pelo uso, em
Espanha, do título do manifesto para denominar os manifestantes que em 2011 se
levantaram contra a corrupção e contra o assalto financeiro a que começaram a
ser submetidos pelo Governo: “Los Indignados” - alertava para o facto de
existirem hoje tantos e tão sérios motivos para a indignação pessoal como no
tempo em que o nacional-socialismo ameaçava o mundo. Afirmando que se
procurarmos, (para nós infelizmente as razões estão bem patentes) certamente encontraríamos
razões para a indignação, nomeadamente: o fosso crescente entre muito pobres e
muito ricos, o desrespeito pelos emigrantes e pelos direitos humanos, a
necessidade de proteger o ambiente, a necessidade de restabelecer uma imprensa
livre, a necessidade de proteger o sistema social, a ditadura intolerável dos
mercados financeiros, a situação dos palestinos,
recomendando que as pessoas lessem o Relatório
Goldstone (Setembro de 2009), entre
tantas outras, e apelando para a insurreição pacífica e não-violenta, pois afirma: "cabe-nos a todos
em conjunto zelar para que a nossa sociedade se mantenha uma sociedade da qual
nos orgulhemos."
Depois do “ Indignai-vos!” Stephane Hessel, publicou em
2011 e em parceria com o jovem jornalista francês
Gilles Vanderpooten, o resultado de uma
entrevista/conversa que intitulou de "Engagez-vous!" (Participai!) – publicado em português pela Editorial Planeta
com o título “Empenhai-vos! (ISBN:
9789896572082), tendo como subtítulo “Indignarmo-nos
já não chega!“ – onde, segundo a sinopse
da editora “intensifica as suas exigências morais porque, diz
ele, não basta indignarmo-nos. Cada um de nós, com a sua própria sensibilidade,
deve empenhar-se em todas as frentes de combate da nossa época: os direitos do
homem, a defesa dos ilegais e dos sem-abrigo, a luta contra as desigualdades, a
ecologia… Eterno otimista, Hessel acredita que a Natureza é «rica em ardis» e
convida as gerações jovens a indignar-se e a resistir às coisas escandalosas
que as rodeiam.”
Em 2011, Hessel
foi incluído, pela revista Foreign
Policy, na sua lista dos principais
pensadores globais "por trazer o espírito da resistência francesa para uma sociedade
global que perdeu o seu coração”
Atualmente era membro do Júri do Tribunal
Russell sobre a Palestina.
(Este Tribunal é uma organização internacional privada, que emerge da sociedade
civil e que se constituiu, segundo o modelo do Tribunal Russell, [a investigação
e denúncia de comprovados crimes de guerra e contra a humanidade a nível internacional],
em Março de 2009, pela vontade de um
grande grupo de cidadãos envolvidos na
promoção da paz e da justiça no Médio
Oriente e que terá a sua sessão final nos próximos dias 16 e 17 de Março, em
Bruxelas.)