Tobias Buck, correspondente do FT em Jerusalém, titulou assim o seu artigo de ontem sobre as condições enunciadas e declaradas por Mahamoud Abbas, Presidente da Autoridade Nacional Palestina, para passar das conversações indirectas que tem mantido, através do emissário especial de Barack Obama para o Médio Oriente, George Mitchell, com Israel, para negociações directas.
Quais são essas condições que Tobias Buck considerou como "duras"?
a) O acordo de Israel no reconhecimento das fronteiras definidas em 1967 - Uma base de trabalho já por diversas vezes aceite pelas partes, em conjunção com o princípio da compensação de territórios: os territórios palestinos actualmente ocupados pelos colonatos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que ficassem, por acordo, sob soberania israelita, seriam compensados com territórios israelitas do mesmo valor;
b) A aceitação de uma força internacional para garantir as fronteiras da Palestina - algo que Israel já aceitou no tocante ao Líbano e que não o impede de guardar e defender as suas fronteiras, com as suas próprias Forças Armadas;
c) O apoio da Liga Árabe - Esta sim difícil, se Israel não estiver a negociar de boa fé, porque ainda ontem no Cairo o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, assegurou, depois de se reunir com George Mitchell, que os palestinos não podem começar negociações directas com Israel sem garantias por escrito.
Quando um jornalista com o conhecimento e a experiência de Tobias Buck avalia estas condições como "duras", não vejo como fazer a paz sem impor medidas "duras" a Israel, para que este cumpra as resoluções do Conselho de Segurança, e as normas do direito internacional, que tem vindo sucessivamente a desrespeitar. Em nome da segurança internacional, dos direitos humanos e da paz já há muito tempo que foi tempo para dizer basta!
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