O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Avigdor Lieberman, criticou duramente o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu por manter conversações secretas de reaproximação com a Turquia sem o seu conhecimento prévio. A crise no governo israelita ocorreu antes da reunião de ontem de Netanyahu, com o enviado especial dos EUA ao Médio Oriente, George Mitchell, com Netanyahu.
"O ministro dos Negócios Estrangeiros considera grave o facto de o encontro ter ocorrido sem uma consulta ao ministério. É um insulto às normas de um comportamento aceitável e prejudica a confiança entre o ministro dos Negócios Estrangeiros e o primeiro-ministro", informou, em comunicado, o gabinete de Lieberman.
Os governos israelita e turco tentam reduzir as tensões que se intensificaram depois do ataque à Flotilha da Liberdade que se dirigia para Gaza. Assim o deputado Benjamin Ben Eliezer, do Partido Trabalhista, que integra a coligação de Netanyahu, reuniu-se em segredo, Genebra, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Ahmet Davutoglu.
Até recentemente, os dois países eram aliados estratégicos no Médio Oriente. Nos últimos dois anos, a relação tem-se vindo a deteriorar, agravando-se com o incidente do Mavi Marmara onde foram assassinados 9 activistas turcos, num assalto de fuzileiros israelitas, aquele navio, de pavilhão turco, em águas internacionais, e que transportava ajuda humanitária para Gaza.
Procurando reduzir a tensão com Lieberman, considerado um dos mais radicais da coaligação no governo, o gabinete de Netanyahu afirmou, que teria havido problemas de comunicação com o MNE.
Na reunião com Mitchell, Netanyahu recebeu elogios por ter amenizado o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, actualmente controlada pelo Hamas.
"Houve progresso na permissão para a entrada de bens em Gaza", afirmou o enviado especial dos EUA. Os dois também analisaram a possibilidade de negociações directas entre Israel e a Autoridade Palestina.
Esta era a situação reportada pela UN OCHA oPt e referida à semana de 13 a 19 de Junho, sobre o número de camiões de mercadorias entrados na Faixa de Gaza, mais logo iremos conhecer a real evolução da decisão de Israel de "suavizar" o bloqueio.
Mas falta esclarecer a situação das exportações das mercadorias produzidas em Gaza, apesar de destruição profunda e alargada do seu tecido produtivo - no mínimo flores e de morangos - e da liberdade de circulação dos seus habitantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário