07 julho, 2010

Israel, U.S.: Um encontro e uma concessão de Israel

Israel, U.S.: A Meeting and an Israeli Concession | STRATFOR


Na conferência de imprensa conjunta após a reunião de 6 de Julho, em Washington, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Barack Obama, sairam a mostrarem que as relações bilaterais continuam fortes apesar de meses de divergências muito públicas sobre a questão palestina. A percepção foi que Netanyahu vem resistindo às concessões que Obama procura de Israel sobre a questão.

Washington tem trabalhado para demonstrar que o sócio minoritário não pode desprezar o sócio sénior na relação EUA-Israel.

Não foi a reunião Obama-Netanyahu [de ontem] que estabeleceu que os Estados Unidos conseguiram o que queriam, mas sim uma notícia na media israelita, no mesmo dia, que relatava como as Forças de Defesa Israelitas indiciaram um soldado sob a acusação de homicídio, que remonta à ofensiva israelita de 2008, à Faixa de Gaza.

O sargento de infantaria é acusado de matar duas mulheres palestinas e está entre um grupo de três militares, incluindo um comandante, que enfrentam processos disciplinares pela sua conduta durante a ofensiva de 2008, conhecida como "Operação Cast Lead". Até agora, Israel tinha negado que qualquer um de seus soldados estivessem envolvidos na matança de civis, apesar do Relatório Goldstone para o Conselho dos Direitos Humanos, ter concluido que Israel atacava deliberadamente alvos civis.

O movimento israelita, que representa uma grande concessão, permite à administração de Obama argumentar que Washington está a fazer progressos nos seus esforços para resolver a questão palestina. 

Os Estados Unidos tem estado sob pressão de seus aliados muçulmanos para levar Israel a um compromisso, especialmente da Turquia, que assumiu a questão palestina como uma causa fundamental. Mais importante ainda, a administração de Obama pode agora exigir que os palestinos retribuiam avançando em direcção a uma solução.

Washington entende que, com toda a probabilidade, a luta intracomunitária entre o Hamas e o Fatah impedirá os palestinos de serem capazes de agir concertadamente.

Mas o objetivo de Washington é a inversão do ónus da responsabilidade para os palestinos e os estados muçulmanos seus patronos, pela falta de progresso sobre as negociações, e não necessariamente para obter progressos. E isso serve os israelitas, que podem reduzir alguma da pressão internacional em que se encontram actualmente sem oferecer concessões significativas.

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