O governo de Israel frustrou o plano do ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Celso Amorim, de entrar na faixa de Gaza na última terça-feira, no último dia de visita ao país. A intenção era conhecer um hospital que deve ser reconstruído com financiamento conjunto de Brasil, Índia e África do Sul.
Mas o pedido foi negado por Israel, sob a alegação de que visitas de ministros e parlamentares estrangeiros a Gaza podem servir como propaganda e legitimação do Hamas, que controla o território.
Israel justificou a rejeição como parte de uma política em prática desde que o Hamas assumiu o controlo de Gaza, para não legitimar o movimento islâmico.
"A presença de personalidades estrangeiras é usada pelo Hamas como demonstração de reconhecimento internacional e não queremos fortalecer o grupo", afirmou o porta-voz do MNE israelita, Yigal Palmor.
Amorim não é o primeiro ministro estrangeiro a quem não é permitido entrar em Gaza, que vive sob rígido bloqueio israelita desde 2007, quando o Hamas assumiu o controlo do território. Há pouco mais de um mês Israel negou a entrada do ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel.
Dos 11 encontros que teve, em menos de 48 horas, Amorim conversou com políticos e activistas, deixando clara a inclinação da diplomacia brasileira pela causa palestina. Nove deles foram com pessoas identificadas com algum tipo de oposição ao governo de Israel: do primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, à líder do Kadima, Tzipi Livni, passando por pacifistas israelitas e políticos palestinos.
Também falou com os dois principais nomes do governo de Israel, o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu e o ministro dos Negócios Estrangeiros Avigdor Liberman.
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