28 julho, 2010

Cameron condena Israel e descreve Gaza como um "campo de prisioneiros"

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, condenou na terça-feira o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, descrevendo o território palestino como uma "campo de prisioneiros" durante uma visita a Turquia.

"Não se pode permitir que a Faixa de Gaza continue como um campo de prisioneiros", afirmou Cameron.

"Há muito tempo que apoiamos o fim do bloqueio a Gaza", disse. "Há muito tempo que apoiamos que seja permitido o acesso humanitário adequado, e embora algum progresso tenha ocorrido, ainda temos uma situação em que é muito difícil entrar, é muito difícil sair, é muito difícil levar e trazer bens que são necessários."

"As pessoas em Gaza estão vivendo sob ataques e pressão constantes, numa prisão a céu aberto."

Israel e o Egipto mantêm desde Junho de 2007 um bloqueio à Faixa de Gaza que restringe o trânsito livre de produtos e pessoas para dentro ou para fora do território, governado pelo Hamas.

Um porta-voz da embaixada israelita em Londres afirmou que os moradores da Faixa de Gaza são prisioneiros do grupo Hamas, considerado por alguns países, entre eles Israel, uma organização terrorista.

"A situação em Gaza é o resultado directo do governo e das prioridades do Hamas", afirmou o porta-voz.

"Pirataria"

Cameron também criticou Israel pelo ataque das suas forças contra uma frota de navios que levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, há cerca de dois meses.

A acção israelita do dia 31 de Maio contra a frota de seis barcos, que pretendia furar o bloqueio imposto por Israel ao território palestino para entregar ajuda humanitária, deixou nove mortos, cidadãos turcos, dezenas de feridos e gerou fortes críticas internacionais contra Israel.

Durante uma conferência de imprensa conjunta com Cameron, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, descreveu o ataque contra a frota como um acto de "pirataria".

"Israel deve pedir desculpas o mais rápido possível, pagar uma indemnização e suspender o bloqueio", afirmou Erdogan.

Depois do ataque, a Turquia retirou o seu embaixador e suspendeu exercícios militares conjuntos com Israel.

O governo turco também vem exigindo desde então um pedido de desculpas de Israel, que vem se recusando a fazê-lo.

Fonte: BBC

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