Um grupo de colonos judeus ocupou na quinta-feira um prédio no bairro muçulmano da Cidade Antiga de Jerusalém no qual moram nove famílias palestinas.
Os colonos invadiram a casa quando a maior parte de seus ocupantes estava fora do edifício, de dois andares e 11 quartos, situado muito perto da Esplanada das Mesquitas, informou o jornal israelita Haaretz.
"Duas famílias israelitas entraram quinta-feira de manhã num imóvel que estava vazio. Quando a Polícia chegou, apresentaram documentos que mostram claramente que compraram a parte do imóvel na qual entraram", disse à agência EFE o porta-voz policial, Miki Rosenfeld, que acrescentou que "os documentos estão sendo examinados", para determinar sua veracidade.
Rosenfeld negou que os israelitas estivessem armados e que tenham ocupado o imóvel com protecção policial, informaram alguns meios de comunicação.
Hatem Abdel Kader, encarregado dos Assuntos de Jerusalém na Autoridade Nacional Palestina (ANP), assegurou à agência palestina Ma'an que os documentos dos colonos são falsos e que eles já perderam um julgamento em 1996, quando tentaram ficar com a propriedade.
Segundo Kader, o imóvel pertence a Kamal Handal, que o alugou há anos à família Qarsh.
As Nações Unidas denunciaram o facto num duro comunicado, emitido pelo coordenador especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, Robert Serry, no qual "deplora a acção inaceitável dos colonos israelitas armados que tomaram à força um edifício que é o lar de nove famílias palestinas".
"Peço às autoridades israelitas que expulsem os colonos da propriedade e restabeleçam a situação anterior", afirma a nota, na qual Serry denuncia também que as autoridades israelitas destruíram ontem um número indeterminado de estabelecimentos comerciais palestinos nos arredores de Jerusalém Oriental.
"Estes actos provocatórios chegam num momento crítico dos esforços da comunidade internacional para fazer avançar o processo de paz. Apelo ao Governo de Israel que atenda a chamada do Quarteto (EUA, UE, ONU e Rússia) para abster-se de realizar acções provocativas em Jerusalém Oriental, incluindo demolições de casas e despejos", afirma o representante da ONU.
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