As condições apresentadas pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para o início das negociações directas entre palestinos e israelitas são "inaceitáveis", segundo a RFI.
A declaração foi feita hoje pelo vice-primeiro ministro de Israel, Sylvan Shalom.
Mas quais são as condições que Abbas enunciou? O que Abbas pretende é definir uma Agenda e nela incluir os temas necessários à construção da paz, nomeadamente:
- a retirada total das tropas de Israel da Cisjordânia e de Jerusalém Orienta;
- o fim da construção de novos colonatos na região;
- a manutenção do mesmo traçado, para as futuras fronteiras do Estado palestino, das fronteiras de antes da guerra de 1967;
Se não existir uma Agenda prévia vão negociar o quê? E se estes pontos não são importantes quais serão? E porquê que Israel não avança com a sua própria de Agenda?
Esta táctica de Israel é velha. Assim tem vindo a protelar a resolução do conflito. E enquanto protela, com a conivência dos EUA e dos seus aliados e "capachos", vai expandindo a sua colonização.
Para mim só há uma solução: a definição de um plano de paz pelo Conselho de Segurança, com objectivos e agenda definida. A partir daí ficaria claro quem quer a paz e quem anda a ludibriar a opinião pública mundial.
Não há espaço para mais contemporizações.
Numa visita aos Estados Unidos no dia 6 deste mês de Julho, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu avanços em nome da paz. Mas o seu governo recusa, por exemplo, prorrogar a moratória, que termina no próximo dia 26 de Setembro, onde se pretendia interromper a construção e expansão de colonatos na Cisjordânia, o que aliás Israel não tem cumprido na íntegra. Veja-se a última limpeza étnica levada a efeito no ocupado Vale do Jordão com a destruição da aldeia de Parsieh.
Mahmoud Abbas também espera que as discussões sejam retomadas do ponto em que foram suspensas em 2008, antes da ofensiva israelita sobre a Faixa de Gaza, na época em que Ehud Olmert era primeiro-ministro de Israel.
Hoje quinta-feira, estão reunidos os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe, no Cairo para discutir a retoma do processo de paz.
Entretanto acabámos de saber que a Liga Árabe deixou a "porta aberta" para que sejam retomadas as conversas directas entre palestinos e israelitas, mas condicionou esse diálogo a uma negociação "séria" e com "resultados definitivos".
"As experiências anteriores (em diálogos entre palestinos e israelitas) só serviram para perder tempo", afirmou o secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, no final de uma reunião de um comité especial da organização.
"Queremos que as conversas directas comecem, mas que sejam sérias e definitivas, para chegar a resultados definitivos", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Hamad bin Yazin bin Gaber Al-Thani.
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