A polícia israelita entrou em confronto na terça-feira à tarde com cerca de 200 jovens palestinos num bairro árabe de Jerusalém Oriental ocupada, no local onde está previsto um controverso projecto arqueológico israelita.
Vários polícias e guardas fronteiriços dispararam balas de borracha e bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que responderam com pedradas, segundo testemunhas.
Cinco palestinos ficaram levemente feridos, indicaram as fontes, à AFP.
Segundo um porta-voz da polícia israelita, a calma voltou durante a noite, depois dos vereadores locais palestinos terem pedido que os jovens dispersassem. O porta-voz informou que não houve nenhuma prisão.
O local dos confrontos foi o bairro árabe de Silwan, onde a câmara de Jerusalém autorizou um projecto arqueológico cuja gestão foi outorgada a uma associação ultra-nacionalista que apoia a colonização judaica em Jerusalém Oriental.
A comissão de planeamento e construção da câmara aprovou em 22 de Junho passado o plano do parque arqueológico chamado "Jardim do rei" (uma referência à cidade do rei David que se supõe ter sido erigida naquele local) nesse bairro, no qual se tem vindo a instalar colónias de judeus, sob extremas medidas de segurança subsidiadas pelo governo israelita, entre os 12.000 palestinos lá moradores. Desde então, já ocorreram diversos incidentes.
O plano municipal prevê a destruição de 22 casas palestinas construídas sem autorização israelita [potência ocupante], e a "legalização" retroactiva de outras 66 casas construídas em idêntica situação.
A comunidade internacional não reconhece a anexação israelita do sector oriental de Jerusalém, ocupada desde Junho de 1967.
Israel proclamou Jerusalém como sua capital "eterna e unificada", enquanto os palestinos querem que a parte oriental da cidade seja a capital de seu futuro Estado.
Aliás é bem patente quais são os objectivos da colonização judaica de Jerusalém Oriental, tendo em conta as declarações do membro do Knesset pelo Likud, [partido do Senhor Benjamim Netanyahu], Yariv Levine, citado pelo Arutz Sheva de 21 de Junho, que afirmou que a aprovação deste plano é um "primeiro e importante passo para repor a lei e a ordem na cidade. Esta decisão deve ser posta em prática imediatamente, e a polícia deve alocar os necessários recursos para a demolição dos edifícios. Isto irá reforçar a nossa soberania em Jerusalém."
No entanto a esquerda já classificou esta decisão como "lamentável" afirmando que ela visa incendiar a região e o processo de paz.
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