13 maio, 2010

Carros oficiais, em Itália; Transportes públicos na Bulgária; PECulato em Portugal


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Actualizado em 20 de Junho de 2010

Segundo o Público de hoje o Estado Português detinha 28.793 veículos (automóveis e motociclos) no final do ano passado com uma média de 11,6 anos, sendo que 74 por cento das viaturas matriculadas tinham mais de sete anos. Este número representa um aumento face às cerca de 27.500 viaturas registadas no final de 2008.

Assim procedemos às alterações, desta informação decorrentes, nos dados e cálculos anteriormente apresentados.

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O título deste post nada tem a ver com o do The Economist onde se apresenta um gráfico construído com base nos números da frota automóvel oficial de um conjunto de Estados. 7 europeus, entre eles Portugal, os EUA, o Japão e a Turquia.

É pena não  correlacionar esses dados com o PIB, ou com a população, porque assim  permitiria  uma avaliação mais perfeita do fenómeno e colocaria cada país no seu verdadeiro posicionamento, sendo certo que à  Itália caberia sempre um berlusconiano primeiro lugar com 629.000 unidades. Para saber mais é só clicar no link.

Só por curiosidade. 

Fazendo uma estimativa, tendo em conta o posicionamento no referido gráfico, de cada país, Portugal tem 28.793 terá cerca de 20.000 viaturas oficias [sem autarquias] vs. 55.000 da Alemanha.

Estes valores correlacionados com:

a) O PIB de 2009, estimado pelo FMI em dólares, resultaria que, para cada viatura oficial na Alemanha corresponderão 60,95 milhões de dóláres de produto e em Portugal a 7,91 11,39  milhões;

b) A população, com base nas estimativas a 1 de Janeiro de 2010,  da Divisão de População, do Departamento de Economia e Assuntos Sociais das Nações Unidas, resultaria que, para cada viatura oficial na Alemanha, corresponderão 1.486 habitantes e para Portugal 369 532 habitantes.

Eu sei que estes resultados contém uma certa grande margem de erro mas mesmo assim  podemos afirmar que temos uma frota automóvel desproporcionada, quer à população que deveria servir, quer à riqueza produzida.

Entretanto na Bulgária, o Primeiro-Ministro Boyko Borisov pediu aos seus ministros que renunciassem aos carros oficiais e motoristas e que passassem a usar os transportes públicos nas suas deslocações para chegar ao trabalho, segundo o diário búlgaro Standart, do passado dia 10 de Maio, num artigo assinado por Martin Karbovski, e intitulado: "Poder sem limusinas. Exemplo pessoal é mais importante do que a poupança em despesas extras"

Por cá as medidas centram-se nas receitas facilitistas e repentistas, sem visão, sem alma e sem decoro.

Corta-se no investimento, nas prestações sociais dos mais desfavorecidos. E de seguida propõe-se cortes nos salários e aumentos de impostos.

Não me esqueci da proposta do corte de 5% nos ordenados do Poder, mas nem nisso mostram coragem e vergonha.

Adiante.

Já ouviram da parte do Governo apelos para os Portugueses:

a) Comprarem produtos nacionais? (Ajudando a produção nacional, logo protegendo/fomentando o emprego.)
b) Pouparem em energia, nomeadamente nos combustíveis? (Reduzindo o nosso deficit e a nossa dependência do estrangeiro)
c) Pouparem, através da compra de títulos de dívida da República, criando uma campanha que operacionalizasse esta aquisição, para valores acessíveis a qualquer cidadão, e que a tal incentivasse, quer em termos financeiros, quer em termos de reconhecimento pessoal: Lista a publicar na internet, com o nome dos investidores e o valor investido.
d) Medidas concretas para reduzir a despesa como por exemplo as relativas à frota oficial.

Não? Eu acho que não, mas penso que é parte do que deveriam fazer.

Voltando ao tópico do The Economist, ao exemplo búlgaro, e à nossa realidade, esta é uma das áreas que assumidamente o PEC deveria tratar, apesar de serem medidas que qualquer gestor já teria assumido de há muito:

a) Congelar a compra de novas viaturas, sem prejuízo de dar resposta às necessidades de dotação das Forças de Segurança e Serviços de Saúde e Protecção Civil;
b) Avaliação da distribuição/utilização de viaturas e sua redistribuição de acordo com as necessidades reais da missão de cada organização. As que estão a mais vendem-se claro... nem que seja para sucata (não é piada, espíritos malévolos);
c) Controle apertado da sua utilização, impondo regras e criminalizando de facto usos abusivos;
d) Controle apertado de consumos, gastos de manutenção e de reparação, por forma a  impedir tanto quanto possível o desvio de combustíveis, peças e de valores de manutenção e reparações não realizadas.

Pois ... mas é sempre mais fácil cortar nos rendimentos de quem trabalha ou dos reformados e pensionistas.

1 comentário:

Unknown disse...

A Visão tem no seu site um artigo a considerar:"6 ideias para ajudar a salvar Portugal", que pela data foi publicado ontem.

Ver em: http://aeiou.visao.pt/6-ideias-para-ajudar-a-salvar-o-pais=f558567

São estas as ideias:

1. Opte por produtos nacionais;
2. Escolha matérias primas nacionais;
3. Reduza o consumo de comustíveis;
4. Gaste menos electricidade;
5. Faça férias cá dentro;
6. Poupe mais e melhor.