A nova tentativa do enviado especial do presidente Barack Obama ao Médio Oriente, George Mitchell, para reiniciar o diálogo de paz entre israelitas e palestinos terminou sem sinais de progresso, avalia um comunicado do governo de Israel divulgado nesta sexta-feira, 21.
Segundo o gabinete de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelita, a visita de George Mitchell, o enviado dos EUA, gerou apenas a "possibilidade" de gestos de boa vontade por parte de Israel para retomar as negociações indirectas com os palestinos. Para além deste breve comentário nenhuma outra informação adicional foi prestada.
Mitchell se encontrou com Netanyahu na quinta-feira. Dias antes, tinha se encontrado com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
As conversas indirectas devem durar quatro meses e abordar assuntos como os refugiados, as fronteiras entre Israel e o futuro Estado palestino e a situação da cidade de Jerusalém.
As negociações entre Israel e a OLP ficaram congeladas logo após o início da Operação Cast Lead, conduzida por Israel contra a Faixa de Gaza, nos finais de 2008 a meados de Janeiro de 2009. Esta agressão provocou mais de 1400 mortos e milhares de feridos palestinos, na maioria civis.
Em Novembro, Israel anunciou a paralisação provisória da expansão dos colonatos, por 10 meses. O decreto, embora feito por pressão dos EUA, não abrange a área oriental de Jerusalém, que foi conquistada aos palestinos por Israel, após a Guerra dos Seis Dias em 1967, que a mantêm ocupada ilegalmente e que é reclamada pelos palestinos como a capital de seu futuro Estado.
O diálogo deveria ter sido retomado em Março, mas os palestinos abandonaram a mesa de negociações quando as autoridades israelitas anunciaram a aprovação da construção de mais 1.600 casas em Jerusalém Oriental. O anúncio foi feito durante a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, à região justamente para pedir às partes que retomassem as negociações, o que causou forte constrangimento na Casa Branca, que aliás lhe passou depressa.
A posição formal dos palestinos é de que as conversas directas só serão iniciadas quando Israel anunciar a paralisação total da construção de novos colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Apesar de tal situação não estar assegurada e dos recentes anúncios de que a construção de novos colonatos nos territórios ocupados não seria interrompida, a OLP aceitou iniciar conversações indirectas como sinal de boa vontade, recebendo críticas de alguns sectores palestinos, nomeadamente do Hamas, que afirmou que estas negociações apenas "dariam a cobertura para a ocupação israelita cometer mais crimes sobre os palestinos". E eu acrescentaria tempo para continuar a crescer como um cancro na terra palestina.
Mais de 500 mil judeus vivem em colonatos, em território palestino sob ocupação ilegal, segundo o direito internacional.
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