O 1.º de Maio é o dia em que se homenageiam os mártires e os heróis - na esmagadora maioria anónimos cidadãoes e cidadãs - que ao longo dos tempos sacrificaram a sua vida e o seu bem-estar para que os trabalhadores em geral conquistassem melhores condições de trabalho e de vida.
A data recorda a luta dos trabalhadores da industrializada cidade de Chicago, nos EUA, que no dia 1 de Maio de 1886, saíram em massa para as ruas reivindicando melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias.
A resposta ao movimento reivindicativo foi a repressão brutal, quer através das forças policiais, quer de bandos de mercenários contratados pelos patrões.
Decretou-se o “Estado de Sítio” e a proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, mercenários pagos pelos patrões invadiram as casas de trabalhadores, espancando-os e às suas famílias e destruindo seus parcos pertences.
Os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel, foram presos e indiciados sob falsos pretextos.
O julgamento começou no dia 21 de Junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de Outubro.
Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, a prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
No dia 11 de Novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois que, entretanto, já se tinha suicidado.
Mártires de Chicago: Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg (ao centro) suicidou-se na prisão.
Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniquidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.
A importância da luta iniciada nesse dia reflectiu-se na decisão do congresso fundador da Segunda Internacional 1), que teve lugar em Paris, entre 14 e 19 de Julho de 1889, de instituir o 1.º de Maio como o Dia Mundial do Trabalho.
Hoje como no passado o 1.º de Maio continua a ser um marco no longo e tortuoso caminho pela defesa da dignidade humana, da justiça e progresso social e económico, da liberdade e pela democracia.
Hoje como no passado o 1.º de Maio continua a ser um marco no longo e tortuoso caminho pela defesa da dignidade humana, da justiça e progresso social e económico, da liberdade e pela democracia.
1) No centenário do início da Revolução Francesa, em 14 de Julho de 1889, reuniu-se em Paris um congresso operário marxista. Os delegados representavam três milhões de trabalhadores.
Esse congresso marca a fundação da Segunda Internacional, que agrupou inicialmente sindicalistas ingleses, anarquistas e socialistas franceses e italianos e republicanos italianos. O seu objectivo era a organização política do proletariado na Europa e no resto do mundo, assim como o de ser um fórum para analisar problemas comuns e propor linhas de actuação.
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