O Serviço de Segurança Geral de Israel, Shabak 1) [tipo Pide/DGS] voltou a impor a censura, pela segunda vez em meio ano, para impedir que a imprensa israelita divulgasse informações sobre a detenção realizada há vários dias de um civil no país, neste caso um activista e escritor árabe-israelita.
Tal censura causou polémica entre os meios de comunicação social locais, que protestaram contra a aplicação de uma medida que deveria ser reservada para situações de emergência nacional.
Desta vez, o Shabak deteve o árabe-israelita, escritor e activista dos direitos cívicos e humanos e um dos líderes da comunidade palestina israelita, Ameer Makhoul, Director-Geral da Ittijah – União das Associações de Base das Comunidades Árabes e Presidente do Comité para a Defesa das Liberdades Políticas.
Makhoul foi preso em Haifa, no norte de Israel, na quinta-feira passada, numa operação que envolveu mais de 16 agentes da Shabak, que invadiram a sua casa, e confiscaram documentos, mapas, telefones móveis, computadores, uma câmara fotográfica e um gravador.
A sua mulher, Jana, relatou que os agentes se negaram a identificar-se e que apenas apresentaram uma ordem de detenção por "razões de segurança".
Um juiz da cidade de Petahtikva, a nordeste de Tel Avive, prorrogou a detenção por seis dias e concedeu aos agentes 48 horas para interrogar o activista sem a presença do seu advogado.
Esta detenção tinha sido precedida por uma ordem emitida pelo ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, no dia 21 de Abril, proibindo que o escritor saísse do país, nos próximos dois meses, por representar uma "séria ameaça".
Masu Gnaim, deputado da Lista Árabe Unida, um dos partidos árabes com representação no Knesset, parlamento israelita, qualificou o caso de "terrorismo policial", cujo único objectivo é "calar a boca" do povo.
1) O acrónimo Shabak, representa a designação Sherut haBitachon Haklali, "Serviço de Segurança Geral", também oficialmente conhecida como Agência de Segurança de Israel (pelo acrónimo da sua designação em inglês ISA) e mais popularmente referido como o Shin Bet. Tem por missão a segurança interna de Israel.
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