Mário Quintana
(1906/07/30- 1994/05/05)
Esperança
Lá bem no alto no décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança.
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os recos-recos tocarem
Atira-se
E
- ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, menininha de olhos verdes?
E ela lhes dirá:
(é preciso dizer-lhes tudo de novo)
Ela lhes dirá bem devagarinho,para que não se esqueçam:?
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA"
do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.
Mário Miranda Quintana - Natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul. É o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, fez poesia porque "sente necessidade", segundo as suas próprias palavras.
Para conhecer mais: http://marioquintana.blogspot.com/
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