23 novembro, 2010
À Greve Geral de 24 de Novembro de 2010 eu digo: SIM!
Digo SIM!, porque apesar de concordar com a necessidade imperiosa de reduzir o deficit e a dívida pública entendo que as medidas que o Governo do Partido Socialista, com o apoio da nova direcção do Partido Social-Democrata, já implementadas nos diversos Programas de "Estabilidade e Crescimento" e agora reforçadas na Proposta do Orçamento de 2011, tem sido, na sua maioria, injustas e desadequadas, não tendo em conta o desenvolvimento do país nem a justiça económica e social.
Não se entende, terem optado em primeiro lugar, acrescer sacrifícios aos mais pobres e desfavorecidos ou aqueles que se encontram em situação de desemprego reduzindo os seus níveis de protecção social, enquanto por outro lado se vê engrossar a riqueza dos corruptos e corruptores, dos especuladores e dos grandes grupos económicos e financeiros.
Que Estado de Direito e que democracia constitucional é esta em que se pretende reduzir salários aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas públicas e se ameaça ser essa redução "para sempre".
O esforço que é necessário fazer para sair da crise é de todos e não apenas dos que menos podem ou dos que estão mais à "mão".
Que se estabeleça um regime fiscal mais exigente para todos a começar pelo combate à economia paralela, à fraude e evasões fiscais, à tributação das transacções especulativas na bolsa e no imobiliário e também um regime mais justo no tocante aos lucros e dividendos da banca e empresas do sector financeiro e de outras grandes empresas.
A antecipação do pagamento de dividendos é paradigmática. Não sendo ilegal é, no plano ético e moral, a demonstração da ganância que nos levou à crise.
Ao dizer SIM! à Greve Geral estou a afirmar a minha solidariedade com os mais desfavorecidos, com os mais fracos, exigindo melhor utilização dos meus impostos na sua protecção, exigindo incentivo ao investimento no sector produtivo e na criação de emprego de qualidade.
Ao dizer SIM! à Greve Geral estou a exigir uma nova política, com a definição de objectivos claros que sirvam Portugal e os portugueses e a mostrar um cartão vermelho a todos os responsáveis políticos pela crise, nomeadamente ao Partido Socialista, ao Partido Social Democrata, ao Partido Popular, não esquecendo Cavaco Silva.
Os outros são, na maioria, casos de polícia. E basta olhar para os intervenientes e figurantes do "Caso dos submarinos", do "BPN" ou do "Face Oculta", para ver claramente até que ponto os responsáveis políticos pela crise e/ou os seus "agentes" se enredam em casos de responsabilidade criminal.
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