26 novembro, 2010

Convite para ver o documentário "Billin against the wall" -27/11 - 18:00

Convite para assistir à projecção do documentário "Billin against the wall" (Jan. 2008, 40 min.), no próximo sábado, 27 de Novembro pelas 18:00, na Casa do Brasil, Rua Luz Soriano (Bairro Alto), 42, 2º andar, em Lisboa.

O documentário conta a história dos moradores de Bi'lin, que numa acção de resistência não-violenta se vem manifestado semanalmente, todas as sextas-feiras, contra a construção do muro de separação junto à sua aldeia, o recolher obrigatório, a invasão das suas casas pelas tropas de ocupação israelitas e contra a ocupação.
Estas manifestações têm contado com a participação solidária de activistas israelitas e internacionais e com a repressão feroz das forças de ocupação israelitas.
Esta é apenas uma história sobre a comunidade de Bi'lin, mas podia ser a de outras comunidades da Cisjordânia - Jayyous, Budrus, Ni’lin, Umm Salamonah - ou até de Gaza, que já aderiram a esta forma de resistência não-violenta ao ocupante ilegal, opressor e repressivo: Israel.
Hoje esta forma de luta tem uma coordenação que reúne os Comités Populares contra o Muro e os Colonatos e que se definiram, desta forma, num documento apresentado à 5.ª Conferência da Resistência Palestina de Bi’lin (21 -23 Abril 2010)

"Os Comités Populares são grupos locais de base. Não somos filiados em nenhuma facção ou partido político. A nossa lealdade é para com nosso povo e nossa terra. Acreditamos que a criatividade e a esperança são as nossas ferramentas mais eficazes para quebrar as algemas da ocupação e da opressão e viver em liberdade. Somos civis, pessoas comuns, que estão engajadas numa luta palestina liderada pelos activistas palestinianos, israelitas e internacionais pela vida e liberdade, tal como consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e no direito internacional.

A nossa luta está ganhando impulso e alcançando vitórias, mas, porque a resistência popular ameaça a sustentabilidade da ocupação, as nossas vitórias também intensificam a repressão com que as autoridades de ocupação tentam esmagar o nosso movimento. Numa tentativa para nos destruir Israel está atacando activistas e membros dos comités populares, através de prisão e violência. Durante os últimos anos de luta contra o Muro do Apartheid, 20 manifestantes desarmados foram mortos, 100 presos e milhares feridos. "
Um exemplo da repressão acima referida é o caso de Abdallah Abu Ramah, coordenador do Comité Popular contra o Muro e os Colonatos de Bi’lin, condenado a 12 meses de prisão.
Preso a 10 de Dezembro de 2009 por soldados das forças de ocupação israelitas que invadiram a sua casa no meio da noite, foi posteriormente presente num tribunal militar israelita sob acusações infundadas, que incluíram o lançamento de pedras e posse de armas.

Abu Rahmah foi absolvido dessas duas acusações, mas foi condenado por incitamento e organização de manifestações ilegais, em 24 de Agosto, a um ano de prisão.
Um caso exemplar de abuso do sistema judicial militar israelita na Cisjordânia, com o objectivo de silenciar a dissidência política legítima, a condenação de Abu Rahmah foi objecto de duras críticas internacionais.

Então e de ie imediato a responsável pela política externa da UE, Catherine Ashton, manifestou a sua profunda preocupação dado "que a possível prisão do Senhor Abu Rahma destina-se a evitar que ele e outros palestinos exerçam o seu legítimo direito de protesto [...]".
Abdallah Abu Rahmah deveria ser libertado no passado dia 18 de Novembro, após ter cumprido a pena de prisão de um ano a que fora condenado. No entanto permanece preso após o Tribunal Militar de Apelações ter decidido, no passado dia 24 de Novembro, – quase uma semana depois do prazo limite para ser libertado por cumprimento da pena que lhe fora imposta - mantê-lo preso, enquanto se aguarda uma decisão sobre um recurso da sentença (entretanto já cumprida) apresentado pela Procuradoria Militar.

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