Blogmaton adere à campanha internacional de Boicote-Desinvestimento-Sanções a Israel, pela Palestina e pela Paz
"Em plena campanha internacional de Boicote-Desinvestimento-Sanções a Israel, uma equipa israelita é aceite na Liga dos Campeões e joga amanhã hoje contra o Benfica, no seu primeiro de três jogos na Europa.
Uma concentração de protesto terá lugar amanhã hoje, 14 de Setembro, a partir das 19 horas, à saída do túnel proveniente do Centro Comercial Colombo."
Este é teor de um comunicado que me foi enviado ontem, pelo Comité Palestina, e que só há pouco tive conhecimento e que subscrevo, apesar de não poder estar presente.
Este comunicado foi acompanhado por um documento em pdf que irá ser distribuído durante a concentração subscrito pela Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental, pelo Comité de Solidariedade com a Palestina e pelo Colectivo Mumia Abu-Jamal.
Nesse comunicado faltou assinalar que em Agosto, a Federação Palestina de Futebol apresentou uma reclamação na FIFA sobre a decisão israelita de impedir seis jogadores da selecção palestina de deixar a Cisjordânia para um jogo amistoso contra a Mauritânia. Que se saiba a FIFA ainda não respondeu a este acto de discriminação.
Aliás esta foi mais uma razão para a minha decisão em apoiar a campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções pela Paz no Médio Oriente.
Ao longo do tempo sempre concordei em apoiar o boicote aos produtos, bens e serviços provenientes de organizações instaladas nos territórios palestinos ilegalmente ocupados por Israel - leia-se colonatos - sempre na expectativa de que a voz do povo de Israel se fizesse ouvir pelo fim da ocupação ilegal, contra a colonização e o apartheid, e pela Paz, na defesa de valores éticos e morais que tanto proclama e que muito pouco afirma em acções concretas.
O meu amigo Uri Avnery, que muito prezo, não é favorável à Campanha de Boicote, Sanções e Desinvestimento, mais alargada, contra Israel. Teme que isso una ainda mais os judeus, em torno de consignas nacionalistas, conservadoras e ultra-ortodoxas. Penso que esse clímax já ocorreu nas últimas eleições para o Knesset, em 2008.
Assim chegou o tempo, talvez mais tarde do que cedo para mim, de assumirmos as nossas responsabilidades individuais e colectivas, e exigirmos dos nossos fornecedores, dos nossos Governos e das Organizações internacionais uma maior responsabilidade na definição dos caminhos da paz que passam de uma vez por todas pelo boicote, aos produtos e serviços israelitas, pelas sanções a todos os níveis pelo não cumprimento das decisões dos órgãos internacionais, nomeadamente as resoluções dos competentes órgãos das Nações Unidas, ou pelo desrespeito das normas de direito internacional, de direito humanitário e dos direitos humanos e ainda pelo desinvestimento, nomeadamente através de subsídios e linhas de crédito atribuídas pela União Europeia e outras organizações internacionais ou nacionais.
Acresce ainda dizer no tocante ao boicote desportivo e neste caso concreto ao futebol que a desculpa do costume "A política nada tem a ver com o futebol" dos diversos organismos internacionais e nacionais, nao tem qualquer fundamento.
Se não vejamos:
Se equipas de um país (Israel) que aleatoriamente e ciclicamente não permite a saída de desportistas nacionais de um território que ilegalmente ocupa (Palestina) - a última discriminação ocorreu em Agosto e foi acima referida - e onde vigora um regime de repressão, opressão e apartheid, imposto pela força militar de ocupação, podem competir em países onde a liberdade, a democracia e os direitos humanos são valores fundamentais, normalizando e branqueando assim a sua imagem, perante o público internacional. A sua participação ganha então foros políticos.
Aliás a expressão “…sem qualquer discriminação com base na política, género, religião, raça ou qualquer outra razão;” plasmada nos estatutos da UEFA, correcta nos seus princípios fundadores, não faz qualquer sentido se for interpretada de maneira a aceitar que, um qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo possa ter o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades correctamente enunciados nesses mesmos fundamentos, sem ser sancionado.
Acresce ainda dizer no tocante ao boicote desportivo e neste caso concreto ao futebol que a desculpa do costume "A política nada tem a ver com o futebol" dos diversos organismos internacionais e nacionais, nao tem qualquer fundamento.
Se não vejamos:
Se equipas de um país (Israel) que aleatoriamente e ciclicamente não permite a saída de desportistas nacionais de um território que ilegalmente ocupa (Palestina) - a última discriminação ocorreu em Agosto e foi acima referida - e onde vigora um regime de repressão, opressão e apartheid, imposto pela força militar de ocupação, podem competir em países onde a liberdade, a democracia e os direitos humanos são valores fundamentais, normalizando e branqueando assim a sua imagem, perante o público internacional. A sua participação ganha então foros políticos.
Aliás a expressão “…sem qualquer discriminação com base na política, género, religião, raça ou qualquer outra razão;” plasmada nos estatutos da UEFA, correcta nos seus princípios fundadores, não faz qualquer sentido se for interpretada de maneira a aceitar que, um qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo possa ter o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades correctamente enunciados nesses mesmos fundamentos, sem ser sancionado.
4 comentários:
Caro Pedro: Saudações brasileiras;
Sabe, acho que não funciona muito essa tentativa de querer boicotar um time israelita em Portugal. O que falar do campeonato europeu e os times da Inglaterra, da Alemanha, que tantas barbaridades ao lados dos E.U.cometeram no Iraque?? E paro por aqui. Cordial Abraço.
Caro António,
Obrigado pelo seu comentário.
Tem razão. Israel não é o único. Mas para começar por algum lado... que seja por Israel. Porque, neste momento, é o país que há mais tempo ocupa ilegalmente o território de um outro povo; que o procura erradicar dessa sua terra-mãe, de forma violenta e agressiva - Sarkozy e os Roma, que tanta grita deu (e bem) quando comparados com Israel e os Palestinos, são mero corte na face da Justiça, enquanto neste último caso, a Justiça perdeu pelo menos um dos braços, cortando rente há muito); que mantêm o maior campo de concentração a céu aberto de que há memória – Gaza: 1,5 milhões de seres humanos; Israel é um Estado policial que assume políticas de terrorismo de Estado e de apartheid, quer quanto aos palestinos, quer quanto às suas minorias – beduínos, árabes.
Mas esta acção – que de facto mais parece uma “quixotada” – é apenas uma das muitas que se vão desenvolvendo por esse mundo fora no plano económico, académico, cultural e desportivo e que de fiapos de neve se poderão transformar numa avalanche, que sem arrasar o Estado de Israel, arraste para a lixeira da História o “nacional”-sionismo, o etnocentrismo, o racismo, o apartheid, o colonialismo e a opressão.
Há quem entenda que estas acções, que mais parecem picada de mosquito, só servem para radicalizar os judeus indecisos, atirando-os para os braços do “nacional”-sionismo. Eu, pelo contrário, entendo que servirá para despertar consciências, não só entre os judeus, como entre os não-judeus, para que esta infâmia acabe de vez.
Caro Pedro:
Entendo perfeitamente a intenção do seu post. Louvável, diga-se de passagem. Mas, infelismente o Esporte para certos países, serve também, como uma cortina de humanismo a amenizar um pouco a imagem real e perversamente bélica dos seus governos! Lamentável. Cordial abraço.
Caro Pedro:
Entendo perfeitamente a intenção do seu post. Louvável, diga-se de passagem. Mas, infelismente o Esporte para certos países, serve também, como uma cortina de humanismo a amenizar um pouco a imagem real e perversamente bélica dos seus governos! Lamentável. Cordial abraço.
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