29 abril, 2010

A União Europeia já está a arder

Ontem a Standard & Poor’s (S&P) voltou a baixar a notação das dívidas soberanas da Grécia e de Portugal, metendo Espanha no mesmo saco.

Se há uns dias atrás o problema parecia ser, para alguns, apenas da Grécia, hoje, notoriamente, o problema é de todos os que subscreveram o pacto económico e monetário da União Europeia.

Como fazemos parte da União Europeia (UE) cabe ao Governo Português na defesa dos nossos interesses, ainda soberanos, e como um dos países mais directamente afectados, propor uma reunião com carácter de urgência para que se avalie a situação e se definam políticas e mecanismos que defendam a União Europeia como um todo e cada país membro em particular do impacto das notações de uma qualquer empresa de rating americana - a S&P é uma empresa privada americana, pertencente ao grupo The McGraw-Hill Companies - por muito correctas que aquelas possam ser.

Aliás as indefinições na abordagem à questão grega e o protelamento de uma decisão sobre o tema só tem agravado a situação e "infectado" outras como é patente, quanto aos casos tão distintos como os de Portugal e de Espanha.

O certo é que a UE já está a arder e o seu presidente Herman Van Rompuy, só agora anunciou que irá convocar uma reunião dos países da zona euro "para 10 de Maio", para debater a crise grega.

Eu tenho presente que, a 9 de Maio, irão realizar-se importantes eleições regionais na Alemanha, e que um resultado negativo poderá retirar a maioria ao Governo da Senhora Merkel, - por isso a marcação da reunião ser só para 10 - mas esta é mais uma razão para se definirem urgentemente politicas e mecanismos que blindem a UE de tais vicissitudes particulares.

Faço votos para que o Sr. Von Rompuy, até lá, altere a ordem de trabalhos para que, para além de avaliar a crise grega e definir a solidariedade devida à Grécia, sob as naturais garantias, se avalie igualmente a vulnerabilidade da UE face às notações das agências de rating americanas e se definam as políticas e medidas que defendam a UE de ataques mais ou menos especulativos.

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