A Marinha de Israel interceptou na manhã de quinta-feira um navio que levava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Pelo menos dezoito pessoas estavam a bordo do navio Tali, de bandeira do Togo, crismado de Al-Ikhwa (A Irmandade), que foi desviado para o porto israelita de Ashdod, aonde a sua carga será examinada, estando os passageiros e a tripulação a serem interrogados pela polícia.
Entre eles estava o ex-arcebispo greco-católico de Jerusalém, monsenhor Hilarion Capucci, que deixara a cidade nos anos 70 após cumprir 3 anos de prisão, de uma pena de doze, acusado de contrabando de armas para a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de quem era membro, e um correspondente da emissora de TV árabe Al Jazeera, Salam Khoder, entre outros jornalistas.
De acordo com um comunicado do ministério da Defesa israelita, o Al-Ikhwa foi abordado após o comportamento da tripulação "levantar suspeitas" de que "o barco pudesse ser usado para contrabandear equipamento proibido para dentro ou fora da Faixa de Gaza".
.
(Entretanto, de acordo com as últimas notícias da Haaretz, as autoridades israelitas já libertaram todos os passageiros, tendo permitido o regresso do navio ao libano. Nas buscas não foram encontradas armas)
Um porta-voz israelita, citado na versão online do jornal Haaretz, também disse que nenhum tiro foi disparado pelas forças do país para tomar o navio - só teriam sido feitos disparos de advertência.
No entanto, um correspondente da emissora de TV árabe Al Jazeera, que estava a bordo do navio, contou que depois de terem sido alvejados pela marinha israelita, cinco soldados entraram a bordo, agredindo e ameaçando os passageiros.
“Eles apontaram armas contra nós, eles pontapearam-nos e bateram-nos. Eles ameaçaram as nossas vidas.” Afirmou Salem Khoder.
Entretanto o equipamento de comunicações foi destruído e os telefones pessoais foram confiscados.
A missão foi organizada pelo Comité Nacional Palestino Contra o Bloqueio em cooperação com a organização americana Movimento para a Liberdade de Gaza. (”Free Gaza”) e o navio Al-Ikhwa que originalmente saira de Chipre, partiu do porto da cidade libanesa de Tripoli na terça-feira carregando 60 toneladas de remédios, comida e outros suprimentos.
Um dos organizadores da missão, Maen Bashur, declarou numa conferência de imprensa em Beirute que o navio transportava equipamento médico, comida, livros, brinquedos e leite para bebé.
"O navio foi revistado em Chipre e no Líbano. E estávamos muito ansiosos que fosse revistado pelas autoridades cipriotas e libanesas para que não houvesse razão para os israelitas o impedirem de chegar a Gaza” declarou Bashour à Al Jazeera.
O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, condenou o ataque israelita contra Al-Ikhwa enfatizando que o mesmo estava numa missão humanitária.
“Não é surpresa que Israel perpetre tais acções já que vem sendo costume ignorar todas as leis e resoluções internacionais.”
“Já fiz algumas chamadas telefónicas para parceiros da comunidade internacional para que exerçam pressão sobre Israel que está a violar a Lei. Responsabilizo Israel pela segurança do navio e dos passageiros.”, declarou Siniora.
Sem comentários:
Enviar um comentário