30 junho, 2009

Pirataria no Mediterrâneo: Marinha israelita sequestra Prémio Nobel da Paz e ex-Congressista americana


Acabamos de receber a informação que o navio “Spirit of Humanity” do Movimento “Free Gaza” foi abordado pela marinha israelita, em águas internacionais, quando se dirigia para Gaza em missão humanitária e que todos os seus passageiros e tripulantes foram sequestrados.
O navio e a sua carga (medicamentos, brinquedos, oliveiras e um saco de cimento, a título simbólico) encontram-se apresados.

Entre os sequestrados contam-se 9 cidadãos Europeus, entre eles o irlandês laureado Nobel da Paz Mairead Corrigan Maguire, 4 cidadãos americanos, entre eles a ex-congressista Cynthia McKinney e 8 cidadãos de diversos países de Médio Oriente.

29 junho, 2009

Romper o Bloqueio: O "Spirit of Humanity" partiu de Chipre rumo a Gaza


O navio"Spirit of Humanity" partiu de Chipre às 7h30 (5:30 de Lisboa), de segunda-feira, 29 de Julho. ("Afinal o "Free Gaza" não seguiu viagem desta vez)


Vinte e um activistas dos direitos humanos e da solidariedade, representando onze diferentes países, estavam a bordo.

Entre os passageiros contam-se Mairead Maguire,
Prémio Nobel da Paz em 1977 pelo seu trabalho na Irlanda do Norte e a ex-congressista dos E.U.A. Cynthia McKinney.

Os navios também transportam três toneladas de ajuda médica, brinquedos e kits de reabilitação e reconstrução para vinte famílias e ... simbolicamente, um saco de cimento.

Cada kit traz uma pequena quantidade de suprimentos para uma única família, que representam sectores da sociedade civil que está a ser bloqueado por Israel: Agricultura, Obras Públicas e Reconstrução, Educação, Electricidade, Saúde, Água e Saneamento.

Mais de 2.400 casas foram destruídas em Gaza durante o ataque israelita em Dezembro/Janeiro, 490 delas por ataques aéreos bem como 30 mesquitas, 29 instituições de ensino, 29 centros médicos, 10 instituições de caridade e 5 fábricas de cimento entre outras instalações.

Embora tenham sido prometidos mais de 4 mil milhões de dólares em ajuda humanitária e para ajudar a reconstrução
na Faixa de Gaza, até agora ainda pouco desta ajuda se materializou devido ao bloqueio israelita.

Na oportunidade, Mairead Maguire, co-vencedor do Prémio Nobel da Paz 1977 pelo seu trabalho na Irlanda do Norte declarou: "[Os palestinos de Gaza] devem saber que não os esquecemos e que não os vamos esquecer."

Tendo ainda a ex-Congressista Cynthia McKinney afirmado que : "Os E.U.A. deveriam
enviar uma mensagem a Israel reiterando a posição Casa Branca de que o bloqueio de Gaza deveria ser aligeirado e que, suprimentos médicos e materiais de construção, incluindo cimento, deveriam ser permitidos ...Irá (o Presidente Obama) cumprir com as suas próprias palavras e permitir-nos providenciar auxílio a Gaza ou irá recuar?"


Huwaida Arraf, presidente do Movimento “Free Gaza” declarou ainda ue: "A política de bloqueio de Israel é uma violação flagrante do direito internacional. Exortamos os nossos governos a tomarem medidas para cumprirem com as suas obrigações no âmbito da Quarta Convenção de Genebra. Até o fazerem, vamos continuar a agir. “

Da lista de passageiros constam:

Adam Qvist, Dinamarca
  • Adam trabalha na área da solidariedade na Dinamarca. Vai monitorar a aplicação dos direitos humanos
Adam Shapiro, E.U. A.
  • Adam é um documentarista americano e activista dos direitos humanos.

Adnan Mormesh, Reino Unido
  • Adnan trabalha na área da solidariedade na Grã-Bretanha. Vai monitorar, a longo prazo, a aplicação dos direitos humanos
Alex Harrison, Reino Unido
  • Alex trabalha na área da solidariedade na Grã-Bretanha. Vai monitorar, a longo prazo, aaplicação dos direitos humanos.
Cynthia McKinney, E.U.A.
  • Cynthia McKinney, ex-congressista e ex-candidata presidencial, é uma defensora dos direitos humanos e da justiça social.
Derek Graham, Irlanda
  • Derek Graham é electricista, organizador doMovimento “ Free Gaza”, e Imediato do “Spirit of Humanity”.
Denis Healey, UK
  • Denis é capitão do “Spirit of Humanity”. Esta será a sua quinta viagem a Gaza.
Fatima Al-Attawi, Bahrein
  • Fátima é uma trabalhadorana áera da assistência social e activista comunitária no Bahrein.
Fathi Jaouadi, Reino Unido / Tunísia
  • Fathi é um jornalista britânico, organizador doMovimento “ Free Gaza”, e co-coordenador da delegação nesta viagem.
Huwaida Arraf, E.U.
  • Huwaida é presidenta doMovimento “ Free Gaza”, e co-coordenadora da delegação nesta viagem.
Ishmahil Blagrove, UK
  • Ishmahil , de origem jamaicana, é jornalista, documentarista e fundador da empresa de produção cinematográfica “Rice & Peas”. Os seus documentários focam as lutas pela justiça social a nível internacional.
Juhaina Alqaed, Bahrein
  • Juhaina é jornalista e activista dos direitos humanos.
Kaltham Ghloom, Bahrein
  • Kaltham é uma activista comunitária.
Kathy Sheetz, E.U. A.
  • Kathy é enfermeira e realizadora de filmes. Vai monitorar a aplicação dos direitos humanos.
Khalad Abdelkader, Bahrein
  • Khalad, engenheiro, representa a Associação de Caridade Islâmica do Bahrein.
Khaled Al-Shenoo, Bahrein
  • Khaled é leitor na Universidade de Bahrain.
Lubna Masarwa, Palestina / Israel
  • Lubna é uma activista palestina dos direitos humanos e organizadora doMovimento “ Free Gaza”.
Mairead Maguire, Irlanda
  • Mairead é Prêmio Nobel e renomado activista da paz.
Mansour Al-Abi, Iémen
  • Mansour é operador de câmara da Al-Jazeera TV.
Othman Abufalah, Jordânia
  • Othman é um jornalista da Al-Jazeera TV, de reputação mundial.
Theresa McDermott, Escócia

  • Theresa trabalha na área da solidariedade na Escócia. Vai monitorar, a longo prazo, aaplicação dos direitos humanos.

23 junho, 2009

"Free Gaza" zarpa de novo contra o bloqueio a Gaza


Daqui a dois dias o Movimento “Free Gaza” navegará de novo 240 milhas nos mares, de Chipre a Gaza, na sua oitava missão, com o objectivo de, uma vez mais, romper o cerco a Gaza, por mar, cerco que mantém 1,5 milhões de seres humanos, há mais de dois anos como que encarcerados, no maior campo de concentração da história.
Nos porões do “Free Gaza” e do “Spirit of Humanity” seguirão poucas toneladas de cimento – os barcos são pequenos - e malas cheias de brinquedos, lápis e livros para colorir, para crianças, tudo artigos proibidos pelo governo de Israel.

Duas das organizadoras, Huwaida Arraf e Greta Berlim, bem como a ex-congressista dos E.U.A., Cynthia McKinney, numa conferência de imprensa realizada em Doha, no Catar, na passada segunda-feira, exortaram o mundo a reconhecer os direitos humanos e civis dos palestinos ... direitos que lhes são negados há mais de 61 anos.

"As pessoas em Gaza estão sobrevivendo em condições sub-humanas. As crianças estão morrendo, e os governos estão silenciosos. É importante continuar a enviar barcos a Gaza para desafiar o criminoso bloqueio imposto por Israel", afirmou a Sra. Huwaida Arraf.

"Os doadores internacionais prometeram mais de US $ 4BN para reconstruir Gaza, mas nenhum deles faz o que quer que seja quanto ao facto de Israel não permitir a entrada de materiais de construção no território. É por isso que 36 de nós, de 16 diferentes países, zarparemos na quinta-feira: Para dizer ao mundo para fazer alguma coisa. " acrescentou.

Quando perguntada que garantias tem o grupo recebido do governo israelita, a resposta veio desafiadora:

"Nós não procurámos obter autorização ou coordenar a viagem com as autoridades israelitas. Israel tem abusado grosseiramente da sua autoridade como uma potência ocupante, violando diariamente os direitos humanos dos palestinos, impondo-lhes uma punição colectiva. É tempo da comunidade internacional parar a cumplicidade com a política de bloqueio ilegal de Israel. "

O grupo pretende realizar, pelo menos, três missões ao longo do Verão, a 25 Junho, a 14 de Julho e a 16 de Agosto, perto do aniversário da primeira viagem bem sucedida.

21 junho, 2009

Os dirigentes de Israel falam do Irão como se tivessem as mãos limpas e o coração puro.

Reparem no que eles disseram:

O Presidente Shimon Peres elogiou neste domingo os protestos pós-eleitorais no Irão e disse que esperava que o governo da República Islâmica desaparecesse.

"Deixem os jovens levantarem a voz da liberdade para uma política positiva. Deixem as mulheres iranianas, que são um grupo de pessoas muito corajosas, manifestarem a sua sede de igualdade e liberdade."

"Eu realmente não sei o que irá desaparecer em primeiro lugar, o seu urânio enriquecido, ou o seu mau governo", disse Peres, cuja posição é no fundamental cerimonial. "Esperemos que este governo medíocre desapareça."

Por seu lado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, saudou os "actos de incrível coragem" dos manifestantes iranianos que mostraram a "verdadeira natureza do regime" de Teerão.

À cadeia televisiva norte-americana NBC, o governante referiu ser um regime que "reprime o seu próprio povo e que espalha o terror".

Para quem oprime todo um Povo – o palestino – e trata da maneira que trata os seus nacionais – os israelitas – como veremos de seguida, estas declarações não são uma questão de descaramento, mas antes de certezas, de experiência feita, de que a esmagadora maioria da comunicação social correrá a dar a conhecer as suas palavras, de forma acéfala, elevando-os assim à condição de impolutos campeões das liberdades, da democracia e dos direitos humanos, aos olhos do público desinformado e desprevenido.

Nem sequer preciso de falar dos palestinos, - milhões de seres humanos - esbulhados das suas terras, dos seus olivais até das suas casas, da sua liberdade, da sua dignidade, da sua esperança, quase também do seu futuro, se se dessem por vencidos.

Assim falemos dos israelitas. Três casos bastam:

O caso do artista israelita Samieh Jabarrin, que continua a aguardar julgamento, já por diversas vezes adiado e agora marcado para 22 de Junho, em prisão domiciliária, desde há cerca de de cinco meses, por ter participado numa … manifestação;

O caso da associação de direitos humanos “Novo Perfil”, acusados de incitamento para evitar o serviço militar. [Ver” A caça às bruxas começou em Israel”] e a denúncia desta situação pela Coligação das Mulheres para a Paz, de Israel, denuncia ataques às liberdades democráticas;

E o caso do activista pelos direitos humanos Erza Nawi processado por se ter oposto à demolição de casas de palestinos.

Quanto à graçola de Shimon Peres sobre o urânio enriquecido é bom ter presente que Israel é “uma potência nuclear” e que desde 1981 se recusa a dar cumprimento à resolução 487 de 19 de Junho, do Conselho de Segurança, em que se exige que Israel abra as suas instalações nucleares à inspecção da Agência Internacional de Energia Atómica (International Atomic Energy Agency - IAEA).

13 junho, 2009

Liberdade para Erza Nawi

Erza Nawi

Junte-se à campanha promovida pela organização “Jewish Voice for Peace”, para dizer a Israel que não prenda Ezra Nawi, um dos mais corajosos activistas dos direitos humanos israelita, tal como já o fizeram Naomi Klein, Neve Gordon, Noam Chomsky e milhares de outras pessoas por todo o mundo.

O seu crime? Tentar parar um bulldozer militar que destruía a casa de beduínos palestinos no Sul da região de Hebron.

Nawi, um judeu israelita de ascendência iraquiana, é uma ameaça para os colonos e para o governo israelita, porque chamou a atenção internacional para os esforços para desalojar ilegalmente palestinos da região Hebron. Ele vai ser condenado, em Julho.

Veja o vídeo aqui da demolição da casa, a tentativa de Nawi para parar a demolição e a sua subsequente detenção.

Subscreva aqui a mensagem (em inglês) a enviar para as representações israelitas através da organização “Jewish Voice for Peace”.

09 junho, 2009

Tariq Ramadan

O Professor Tariq Ramadan é Mestre em Filosofia e Literatura Francesa e Doutor em Estudos Islâmicos e Árabes pela Universidade de Genebra, tendo recebido formação intensiva e personalizada em estudos clássicos Islâmicos ministrada por académicos da Universidade de Al-Azhar, no Cairo.

Tariq Ramadan é professor de Estudos Islâmicos Contemporâneos, no Instituto Oriental (St Antony’s College) da Universidade de Oxford. É igualmente professor na Faculdade de Teologia daquela universidade.

É ao mesmo tempo professor visitante, na Faculdade de Estudos Islâmicos, no Qatar; em Marrocos (Mundiapolis) e ainda Senior Research Fellow na Universidade de Doshisha (Kioto, Japão).

Através dos seus escritos e palestras tem contribuído substancialmente para o debate sobre os Muçulmanos no Ocidente e sobre o renascimento Islâmico no mundo Muçulmano. Intervém ainda, tanto ao nível académico como social, dando conferências por todo o mundo sobre teologia, lei islâmica e jurisprudência, ética aplicada, filosofia, justiça social, economia, política e o diálogo inter-religioso e intra-comunidades.

O Professor Tariq Ramadan é actualmente Presidente do think tank do Parlamento Europeu: European Muslim Network (EMN), em Bruxelas.


Últimas obras: "The Quest for Meaning: Developing a Philosophy of Pluralism", Penguin, UK, 2010; “What I believe” OUP USA (Nov 2009); “Radical Reform, Islamic Ethics and Liberation” OUP USA (Nov 2008); tendo acabado de anunciar a publicação do seu próximo livro: "Islam and the Arab Awakening".
 
(Actualizado em 2011.11.05)

 
Site oficial

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06 junho, 2009

Discurso no Cairo de Barak Obama (trecho sobre a Palestina)

Decidimos transcrever, na sua totalidade, a parte do discurso de Barack Obama que se refere à questão palestina, porque entendemos que é importante conhecer o que ele nos disse na globalidade para além das referências parcelares já publicadas pelos órgãos de comunicação social.

Assim que possível publicaremos o discurso total, já que este foi desde logo um marco definitivo nos caminhos para a paz e segurança no Médio Oriente.

"...
A segunda grande fonte de tensão que temos de discutir é a situação entre israelitas, palestinos e o mundo árabe.

Os estreitos laços dos Estados Unidos e Israel são bem conhecidas. Esta ligação é inquebrável. Baseia-se em laços históricos e culturais, bem como no reconhecimento de que a aspiração por uma Pátria judia está enraizada numa trágica história, que não pode ser negada.

Em todo o mundo, os judeus foram perseguidos durante séculos, e o anti-semitismo na Europa levou a algo nunca visto: o Holocausto. Amanhã, visitarei Buchenwald, que fez parte de uma série de campos onde os judeus foram escravizados, torturados, baleados e gaseados até à morte pelo Terceiro Reich. Seis milhões de judeus foram aniquilados, mais do que toda a actual população judaica de Israel. Negar essa realidade é ilegítimo, é ignorante e é odioso. Ameaçar Israel com a destruição - ou repetir estereótipos abjectos sobre os judeus - é profundamente errado e só servem para suscitar nos israelitas as mais dolorosas memórias e, ao mesmo tempo, impedir a paz que os povos da região merecem.

Por outro lado, também é inegável que o povo palestiniano - muçulmanos e cristãos - também sofreu na busca por uma pátria. Durante mais de sessenta anos, sofreu a dor de estarem desalojados. Muitos aguardam em campos de refugiados na Cisjordânia, Gaza e em terras vizinhas, uma vida de paz e segurança que nunca conseguiram ter. Sofreram humilhações quotidianas - grandes e pequenas - decorrentes da ocupação. Então, que não haja dúvidas: A situação para o povo palestino é intolerável. E os Estados Unidos não vão voltar as costas às legítimas aspirações palestinas de dignidade, oportunidade e de um estado seu.

Durante décadas, tem existido um impasse: dois povos com legítimas aspirações, cada um com uma dolorosa história, o que torna os compromissos difíceis. É fácil atribuir a culpa – para os palestinos a deslocação, como resultado da fundação de Israel, e para os israelitas a constante hostilidade e os ataques realizados, ao longo da sua história, dentro e fora das suas fronteiras. Mas se olharmos o conflito a partir de apenas um dos lados ou do outro, então estaremos cegos à verdade: a única solução para as aspirações de ambas as partes será encontrada através de dois estados, em que israelitas e palestinos vivam em paz e a segurança.

É do interesse de Israel, é do interesse da Palestina, é do interesse dos Estados Unidos e do interesse do mundo inteiro. É por isso que eu pretendo prosseguir pessoalmente este resultado com toda a paciência e dedicação que a tarefa exige. As obrigações – as obrigações que as partes acordaram no Roteiro são claras. Para alcançar a paz, é tempo para eles - e para todos nós – cumprirmos com as nossas responsabilidades.

Os palestinos devem desistir da violência. A resistência através da violência e da matança é errado e não terá êxito. Durante séculos, os negros nos Estados Unidos sofreram o açoite do chicote como escravos e a humilhação da segregação. Mas não foi a violência que conquistou a plena igualdade de direitos. Foi uma pacífica e resoluta perseverança nos ideais centrais dos fundamentos dos Estados Unidos. A mesma história pode ser contada pelos povos da África do Sul ao Sul da Ásia; da Europa Oriental à Indonésia. É uma história com uma verdade muito simples: que a violência é um beco sem saída. Não é sinal nem de coragem nem de força lançar foguetes contra crianças dormindo, ou fazer explodir velhotas num autocarro. Não é assim que se reivindica a autoridade moral; é assim que a ela se renúncia.

Este é o momento em que os palestinos se deveriam concentrar naquilo que podem construir. A Autoridade Palestiniana deverá desenvolver a sua capacidade de governar, com instituições que respondam às necessidades de seu povo. O Hamas tem apoio entre alguns palestinos, mas também tem de reconhecer que tem responsabilidades. Para desempenhar um papel na realização das aspirações dos palestinos, para unir o povo palestino, o Hamas tem de pôr um fim à violência, reconhecer acordos passados e reconhecer o direito de Israel a existir.

Ao mesmo tempo, Israel deve reconhecer que, tal como não lhe pode ser negado o direito de existir, o mesmo se deve aplicar à Palestina. Os Estados Unidos não aceitam a legitimidade da contínua colonização israelita. Esta actividade viola acordos anteriores e compromete os esforços para alcançar a paz. É tempo para essa colonização parar.

E Israel também tem de cumprir as suas obrigações para garantir que os palestinos possam viver, trabalhar e desenvolver a sua sociedade. Da mesma maneira que é devastador para as famílias palestinas, a continuidade da crise humanitária na Faixa de Gaza, esta não contribui para a segurança de Israel; nem de igual modo, a continuada a falta de oportunidades na Cisjordânia. Os progressos na vida quotidiana do povo palestino devem ser uma parte crítica do caminho para a paz, e Israel deve tomar medidas concretas para permitir esse avanço.

Por último, os Estados árabes devem reconhecer que a Iniciativa Árabe de Paz foi um importante ponto de partida, mas não o fim das suas responsabilidades. O conflito árabo-israelita não deveria ser usado para distrair as pessoas dos países árabes da existência de outros problemas. Pelo contrário, deve ser uma razão para agir ajudando o povo palestino a desenvolver as instituições que irão suster o seu Estado, reconhecendo a legitimidade de Israel, e escolhendo o progresso e não uma contraproducente concentração sobre o passado.

Os Estados Unidos irão alinhar as suas políticas, com aqueles que procuram a paz, e devemos dizer em público aquilo que dizemos em privado aos israelitas, aos palestinianos e aos árabes. Não podemos impor a paz. Mas, privadamente, muitos muçulmanos reconhecem que Israel não vai desaparecer. Da mesma forma que muitos israelitas reconhecem a necessidade de um Estado palestino. É tempo de agirmos com base naquilo que todos sabemos que é verdade.

Demasiadas lágrimas têm sido derramadas. Demasiado sangue foi derramado. Todos temos a responsabilidade de trabalhar para o dia em que as mães dos israelitas e dos palestinos possam ver seus filhos crescer sem medo; quando a Terra Santa das três grandes religiões for o lugar de paz que Deus planeou que fosse; quando Jerusalém for um seguro e duradouro lar para Judeus, Cristãos e Muçulmanos e um lugar onde todos os filhos de Abraão confraternizem pacificamente como na história da Isra [1], quando Moisés, Jesus e Maomé, que a paz esteja com eles, se juntaram para rezar.
…”
[1] A Isra, viagem nocturna, refere-se à viagem que, numa só noite, o profeta Maomé realizou de Meca a Jerusalém e depois ao paraíso e aos infernos.

04 junho, 2009

O discurso de Obama no Cairo por SMS # 7

Obama está a discursar no campus da Universidade do Cairo e seguindo as práticas da sua campanha eleitoral está a utilizar o SMS para enviar mensagens para quem se tivesse inscrito no site American.gov.

Iremos publicar esses SMS conforme os formos recebendo.

SMS # 1

I have come here to seek a new beginning between the United States and the Muslim world based upon mutual interest and mutual respect.

Eu vim aqui para buscar um novo começo entre os Estados Unidos e o mundo muçulmano com base em mútuos interesses e mútuo respeito .

SMS # 2


We reject the same thing that people of all faiths reject: the killing of innocent men, women, and children.

Rejeitamos a mesma coisa que as pessoas de todas as fés rejeitam: a matança de inocentes, homens, mulheres e crianças.

SMS # 3

America will not turn our backs on the legitimate Palestinian aspiration for dignity, opportunity, and a state of their own.

A América não vai virar as costas à legítima aspiraçãodos Palestinianos à dignidade, oportunidade e a um estado seu.

SMS # 4

No system of government can or should be imposed upon one nation by any other.

Nenhum sistema de governo pode ou deve ser imposto a uma nação por outra qualquer.

SMS # 5

Freedom of religion is central to the ability of peoples to live together. We must always examine the ways in which we protect it

A liberdade de religião é um elemento central para a capacidade dos povos viverem juntos. Devemos sempre examinar as formas como a protegemos.

SMS # 6

The United States will partner with any Muslim-majority country to support expanded literacy for girls.

Os Estados Unidos farão parcerias com qualquer país maioritariamente muçulmano para apoiar a expansão da alfabetização das raparigas.

SMS # 7

The people of the world can live together in peace. We know that is God's vision. Now, that must be our work.


Os povos do mundo podem viver juntos em paz. Sabemos que esta é a visão de Deus. Agora, este deve ser o nosso trabalho.